terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Poema da Semana


Natal

Natal! Festivo dia em tantos lares.
Dia da Família, da paz e da união,
calor no coração de tantos pares,
brindes na chaminé, junto ao fogão!
 
Na noite de natal; quanta alegria
para os felizes, desde a madrugada;
outros, porém, sem lume, em casa fria,
olham a mesa aonde não veem nada!

Contraste eterno, que aos olhos ressalta;
o que uns têm a mais, a outros falta,
e fica aos tristes a resignação.

Cada um, cumprirá a sua sina
e aos pobrezinhos, só com a luz divina,
dai-lhes, Senhor! uma côdea de pão!

Maria de Lourdes Agapito

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Poema da Semana

                                                                                             Joana Fernandes - 12ºF                          
Quando as crianças brincam  
E eu as oiço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar.

E toda aquela infância
Que não tive me vem
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.

Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no coração.

Fernando Pessoa

 

 

Autor do mês - dezembro

José Rodrigues dos Santos

Natural da Cidade da Beira, Moçambique, mudou-se com poucos meses para a cidade de Tete, onde permaneceu até aos nove anos, convivendo com a Guerra Colonial. Tal como muitos portugueses, alguns dos seus antepassados estiveram envolvidos na Primeira Guerra Mundial, na Flandres, e na Guerra Colonial, em África, sendo que o seu segundo romance, intitulado A Filha do Capitão é assumido como um tributo que lhes é prestado.
Após a separação dos seus pais, veio para Lisboa, onde viveu com a mãe, e posteriormente mudou-se para a residência paterna, em Penafiel. Entretanto, o pai partiu para Macau e, já no Oriente, participou na elaboração de um jornal local, que suscitou o interesse dos responsáveis locais. Em 1981, aos 17 anos, iniciou-se verdadeiramente no jornalismo, ao serviço da Rádio Macau.
Em 1983, regressou a Portugal para frequentar o curso de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa. Terminados os estudos, realizou um estágio na emissora britânica de televisão, BBC. Não lhe tendo sido concedido qualquer financiamento para este estágio, aplicou então a herança do pai, entretanto falecido, em três meses de experiência profissional em Inglaterra.
Regressou a Portugal e obteve duas distinções: o Prémio Ensaio do Clube Português de Imprensa, em 1986, e o Prémio de Mérito Académico do American Club of Lisbon, em 1987. Devido a essas credenciais, foi convidado pela BBC World Service para trabalhar em Londres, onde permaneceu três anos, até 1990.
Da BBC passou para a RTP, tendo começado a apresentar o noticiário 24 Horas. Em 16 de janeiro de 1991, as forças lideradas pelos EUA deram início ao bombardeio aéreo de Bagdad, no Iraque, começando, assim, a Primeira Guerra do Golfo. José Rodrigues dos Santos protagonizou então uma maratona televisiva de cerca de 10 horas sobre o ataque americano ao Iraque, acabando posteriormente por se tornar num dos rostos mais conhecidos da televisão pública. Desde 1991 até hoje, apresenta o Telejornal, o principal jornal diário da televisão portuguesa.
Doutorado em Ciências da Comunicação, com uma tese sobre reportagem de guerra, é também professor da Universidade Nova de Lisboa, tendo já desempenhado por duas vezes o cargo de Diretor de Informação da RTP. É um dos jornalistas nacionais mais premiados e um dos mais influentes para as novas gerações no panorama informativo nacional.
José Rodrigues dos Santos é também ensaísta e romancista, tendo-se tornado um dos escritores portugueses contemporâneos a alcançar maior número de exemplares vendidos.

Obras publicadas:
Ensaio
- Comunicação, Difusão Cultural, 1992
- Crónicas de Guerra I - Da Crimeia a Dachau, Gradiva, 2001, Círculo de Leitores, 2002
- Crónicas de Guerra II - De Saigão a Bagdade, Gradiva, 2002, Círculo de Leitores, 2002
- A Verdade da Guerra, Gradiva, 2002, Círculo de Leitores, 2003

Ficção
- A Ilha das Trevas, Temas & Debates, 2002
- A Filha do Capitão, Gradiva, 2004
- O Codex 632, Gradiva, 2005
- A Fórmula de Deus, Gradiva, 2006
- O Sétimo Selo, Gradiva, 2007
- A Vida Num Sopro, Gradiva, 2008
- Fúria Divina, Gradiva, 2009
- O Anjo Branco, Gradiva, 2010
- O Último Segredo, Gradiva, 2011
- A Mão do Diabo, Gradiva, 2012

Sugestão de Leitura - dezembro






Título: O ANJO BRANCO 

Autor: JOSÉ RODRIGUES DOS SANTOS

Editora: GRADIVA


  Portugal, anos 40. É no seio de uma família tradicional que nasce José Branco, um jovem que desde cedo revela o seu interesse pela Medicina.
Na década de 60, quando o governo de Salazar se impõe, após terminar o curso e encontrar o seu grande amor de infância, José casa com Mimicas e os dois decidem exercer as suas profissões em Moçambique. Durante a viagem, conhecem Domingos, um advogado de renome neste país, que luta constantemente pela liberdade de expressão. É ele quem lhe mostra a cidade da Beira e quem o avisa das dificuldades que irá ter de enfrentar.
Contudo, é em Tete que a ação central se desenrola. Tendo-se tornado Diretor do Hospital deste distrito, é confrontado, diariamente, com inúmeros problemas sanitários e com extremas dificuldades em chegar até aos habitantes das aldeias mais interiores. Surge-lhe, então, a ideia de criar o Serviço Médico Aéreo e passa a ser conhecido pelos habitantes como o Anjo Branco – o médico que vem do céu todo vestido de branco.
Ao rebentar a Guerra Colonial, José é confrontado com inúmeras vicissitudes que põem à prova a sua lealdade ao regime, todos os seus valores morais e a sua amizade com o advogado Domingos. Esta provoca alguns episódios que o médico vive com os chefes de brigada da PIDE.
É também durante este período que irá ser testemunha do “mais aterrador segredo de Portugal no Ultramar”.
Na minha opinião, é um livro fascinante, uma história que agarra o leitor desde a primeira frase. É ideal para todos os que se interessam pela História, não só do nosso país, mas também das colónias que outrora possuímos, e para todos aqueles que gostam de praticar o bem e ajudar os outros através daquilo que sabem e que gostam de fazer.

 PATRÍCIA BATALHA SILVA, 12ºB

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Poema da Semana


Palavras      
Carlota Pinto do Souto, 12F
Palavras tantas vezes perseguidas
palavras tantas vezes violadas
que não sabem cantar ajoelhadas
que não se rendem mesmo feridas.
Palavras tantas vezes proibidas
e no entanto as únicas espadas
que ferem sempre mesmo se quebradas
vencedoras ainda que vencidas.

Palavras por quem eu já fui cativo
na língua de Camões vos querem escravas
palavras com que canto e onde estou vivo.

Mas se tudo levam isto nos resta:
estamos de pé dentro de vós palavras.
Nem outra glória há maior do que
esta.       
             
                                               .
Manuel Alegre                                                         
                                                                                                

Português Correto


A

Atividade relativa ao período compreendido entre 19 e 30 de novembro


Como se diz?


A - Passado dois dias, ela regressou à escola.

B - Dois dias passado, ela regressou à escola.

C - Passados dois dias, ela regressou à escola.



Deverá fazer-se concordar passado com o nome a que se refere: «passado algum tempo», «passados dois dias»; «passada uma semana»; «passadas algumas horas».

Nota: No entanto, é possível que passado tenha adquirido valor preposicional e se tenha tornado uma palavra invariável. Fará assim algum sentido que se diga «passado algum tempo/alguns minutos/uma semana/algumas horas» como expressão equivalente de «depois de/após algum tempo, etc.». De qualquer modo, este uso deveria ser reservado para os registos informais ou familiares.

Assim, a resposta correta é:



C – Passados dois dias, ela regressou à escola.



Assim se fala em PORTUGUÊS CORRETO.