quinta-feira, 18 de junho de 2015

Fundação José Saramago - Comemorar a lembrança das palavras


Memória de Saramago

«Não me peçam razões, que as não tenho,
Ou darei quantas queiram: bem sabemos
Que razões são palavras, todas nascem
Da mansa hipocrisia que aprendemos.


Não me peçam razões por que se entenda
A força da maré que me enche o peito,
Este estar mal no mundo e nesta lei:
Não fiz a lei e o mundo não o aceito.


Não me peçam razões, ou que as desculpe;
Deste modo de amar e destruir:
Quando a noite é de mais é que amanhece.


(1) José Saramago, "Não me peçam razões". Os Poemas possíveis.Os Poemas Possíveis
A cor da Primavera que há-de vir.» (1)

Hélia Correia - Prémio Camões 2015

Essa beleza q577ae868adf5f0998c8d1dd6e969c72f-ldue era também espanto
Pelo dom da palavra e pelo seu uso
Que erguia e abatia, e levantava
E abatia outra vez, deixando sempre
Um rosto extraordinário. Sim , a hora, 
Dois séculos atrás, em que uma ausência
E o seu grande silêncio cintilaram
Sobre a mão do poeta, em despedida.
Hélia Correia, A terceira miséria. Relógio D'Água. 2012
Imagem: © Julie de Waroquier.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Top 10 - Livros (3º Período)


 



   


  

 

Top 5 - Os leitores (3º Período)



7º ano:
1. Bernardo Ribeiro;
2. Beatriz Alves Gorgulho;
3. Sofia Allen;
4. Manuel Mª Neves;
5. Mafalda Nascimento.

8º ano:
1. Leonor Récio Correia Duque;
2. Raquel Ferreira da Silva;
3. Branca Salter Cid;
4. Leonor Récio Correia Duque;
5. Leonor Bettencourt.

9º ano:
1. Joana Paiva;
2. Vasco Morais;
3. Tomás Ramos;
4. Inês Barros;
5. Catarina Ventura.

Ensino Secundário:
10º ano:
1. Maria Rita Pereira;
2. Joana Gonçalves;
3. Sara P.
4. Maria do Carmo Vaz Antunes;
5. Rugiatu-Suma.
11º/ 12º anos:
1.Inês Duque;
2. Luís Spínola;
3. Sofia Sequeira;
4. Caetana Fernandes Thomaz;
5. Maria do Carmo Romeira.

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Semana das Artes - Ilustração / Textos (X)

Forreta, avarento, sovina. Vitória, garra, segurança. união. Estas são apenas umas das palavras que a imagem transporta para mim. Sendo que todas as pinturas me transmitiram algo de novo, acabei por escolher esta pelos valores mais fortes que se encontravam por trás dela. Quando a observo com calma consigo imaginar alguém que não é capaz de ajudar ninguém pois tudo aquilo que tem fica consigo para seu benefício. Por outro lado, facilmente consigo imaginar-me a ganhar um jogo ou a festejar um golo da minha equipa e erguer bem alto os meus braços e cerrar os punhos com força pelo prazer que isso me dá. Ou simplesmente pelo carácter mais sentimental, isto é, a força pois devemos ser persistentes e não dar nada por perdido e irmos à luta. Por fim, transmite-me segurança pois a mão fechada faz-me lembrar um porto de abrigo e tudo o que está lá dentro encontra-se bem protegido.
Texto: |Vasco Castanheira|11ªD|
Desenho:|Sara Saraiva|12ºD| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |

Semana das Artes - Ilustração / Textos (IX)

O mar está dentro de mim. Nas minhas veias, é ele que corre e não sangue; as minhas lágrimas são água salgada. A minha alma é um rio. A minha raiva, um temporal. A minha serenidade, um lago. (Em Alqueva, os mortos estão debaixo de água.) Amo todos os sítios do mar. O meu povo não é, não, este que aqui vedes. Meu povo é o gentil do oceano, é esse que canta canções de sereia, sem ser mau, e não entende, nem quer entender, os mistérios e as maldades da terra. (Entre os cavalos-marinhos, um cemitério. Ao pé das algas castanhas, grandes do tamanho do mundo, uma escola. Ali, no banco, carcomido pela água, conheci eu a minha mulher.) 
Há uma razão muito clara e muito evidente para ser o mar azul e a terra castanha: é que o mar é purificação, inocência, primordial essência e a terra é casa de pecado, é gases, é dissimulação. Sujam meu oceano só de o imaginarem. A água é o meu lar. Quando chove, estendo a cara ao firmamento e é esse o meu amor. Sei que o mar também me ama. Habito nas tuas grutas, habito nas tuas falésias e a minha vida é olhar-te e rezar para que nunca sejas corrompido. Rezo à baleia e rezo ao polvo. 
Não sei quem são esses deuses sangrentos da terra nem me importo com eles. (Que fazes aqui, mergulhador? Não é bom que aqui estejas…) Amo-te mar; a palavra mar está na palavra amar. O meu suicídio é o deserto. Recebe-me na maré-cheia, na seca, nas ondas, e recebe-me também no gelo. 
Acolhe-me em ti porque a água é o meu sangue e o meu quarto não tem teto para poder sentir-te quando vens. Se os meus olhos fossem de alguma cor que não azul, pintava-os em pinceladas fingidas de Turner. Da minha boca só saem palavras salgadas e as pessoas da terra não entendem o que não é doce ou ácido. Das minhas mãos só se vêem as tuas transparências. As minhas unhas são basaltos. (Vim ver a minha mulher.) Tu secares é eu secar. (O banco verde permanece sozinho à beira da barragem. Nada há entre ele e a água). Prometo que o mar corre dentro de mim.

Texto: | Sofia Sequeira|11ªB|
Desenho:|Caetana F. Thomaz|12ºD| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |


Semana das Artes - Ilustração / Textos (VIII)

Caminhando, pensativo, nas ruas iluminadas pela cor festiva da cidade, absorto na minha mente, onde me refugio, vejo belas pinceladas alegres na calçada branca lisboeta. Sem cansaço, mas com uma felicidade extasiante, passeio num quadro feito só de esperança…
As ruas estreitas e arejadas podiam estar preenchidas com pessoas que andam sonhadoramente ao sol idílico, mas não estão. Onde se encontram, não sei; talvez no campo, aproveitando o tapete verde de uma ou outra colina. Sei que as ruas estão vazias. Sim. Intensamente vazias. Nem pombos me fazem companhia debicando as frestas entre as pedras.
Ao fundo, avisto um rio azul, brilhante, com uma leve ondulação provocada por um navio de três mastros, esguio, sublime, com as suas pálidas velas desfraldadas.
 No meio de uma calma tão pura, numa destas ruas floridas, ouço um som metálico, um som agudo e fino, familiar, propagando-se nos carris frios que atravessam o alcatrão escaldante.
Vem aí um som de madeira, amarelo, imponente; é o elétrico lisboeta em todo o seu esplendor!
É esta a beleza infinita de Lisboa, livre e
desordenada, tão inspiradora… Aqui tenho
o nosso elétrico, amigável companhia, numa visita pela cidade que de todas é a que todos acolhe, com um calor saudável e terno, na cidade de luz, banhada pelo
manto azul que nos lançou à descoberta…

 Eis o rasgo de poesia desenhada, pintada com um pincel.

Texto: | João Pedro Duarte|11ªF|
Desenho:|Caetana F. Thomaz|12ºD| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |

Semana das Artes - Ilustração / Textos (VII)


Medo. Morte. Medo de Morte. Medo da Morte. Morro de medo da Morte.
Pessoas andam pela nossa vida. A correr. Outras a passar. Umas de relance. Vêm e vão. Vão e vêm. Ficam? Algumas sim. Poucas. Quase nenhumas. Tão dependentes. Tão habituadas a pedir ajuda. Não há quem nos ajude a fugir da morte. Não há quem morra connosco. Quando morremos, morremos sozinhos. Se morrer quero morrer contigo. A morte sem ti é muito mais assustadora

Texto: | Leonor  Prisca  Martins Ferreira|10ºH|
Desenho:|Sara Saraiva|12ºD| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |

Semana das Artes - Ilustração / Textos (VI)

Escolhi o retrato de uma mulher nua coberta por um vestido ligeiramente descaído. Simboliza tanto a complexidade do ser humano, como a beleza das suas formas corporais. Acima de tudo, representa aquilo que identifica uma mulher, por vezes, o seu mistério e secretismo, ou a sua força e sensualidade. Através de um lápis de carvão são refletidos a naturalidade e presença tão indissociáveis do símbolo que é uma mulher.

Texto: | Maria Corrêa| 10º H | Desenho: |Leonor Oliveira |12ºD| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |


Memória de Anne Frank



Lembro-me de uma altura em que coisas como um magnífico céu, pássaros  a chilrear, luar e flores em botão não me teriam cativado. As coisas mudaram desde que vim para aqui. Por exemplo, uma noite, na altura de Pentecostes, quando estava muito calor, fiz um grande esforço para ficar acordada até ás onze e meia para poder ver bem a lua, desta vez sozinha, para variar. Infelizmente o meu sacrifício foi em vão, uma vez que estava muita claridade e não me podia arriscar a abrir a janela. De outra vez, há vários meses, fui por acaso lá acima e a janela estava aberta. 

Só voltei para baixo quando a forem fechar. A noite escura e chuvosa, o vento, as nuvens a correr, tudo isto me hipnotizou; foi a primeira vez, em ano e meio, que vi a noite cara a cara. Depois dessa noite, o meu desejo de a voltar a ver tornou-se maior que o meu medo de assaltantes, de uma casa escura e infestada de ratazanas ou de rusgas policiais.  Descia sozinha e olhava pela janela da cozinha ou do gabinete privado. Muitas pessoas acham a natureza bela, muitas pessoas dormem de vez em quando debaixo de um céu estrelado, e muitas pessoas em hospitais e prisões esperam ansiosamente o dia em que serão livres para apreciar o que a natureza tem para oferecer. 

Mas poucas estão tão isoladas como nós das alegrias da natureza, que são para partilhar igualmente entre ricos  e pobres. Não é só a minha imaginação - olhar para o céu, as nuvens, a lua e as estrelas, faz-me realmente sentir calma e esperançada. É um remédio muito melhor que valeriana ou brometo. A natureza faz-me sentir humilde e pronta para enfrentar todos os golpes com coragem! Infelizmente, excepto raras ocasiões, só posso ver a natureza através de cortinas empoeiradas, presas sobre janelas sujas; isso  tira o prazer da observação. A natureza é a única coisa para a qual não há substituto!


(Diário de Anne Frank, 13 de Julho de 1944)

É uma história antiga e nestes dias em que dominam os privilégios do pensamento utilitário é muito importante lembrar sempre e em profundidade cívica, o que representou o Holocausto e como a dignidade, a esperança, a vida foi destruída em nome de nenhum valor. Primo Levi disse-o com clareza, "aconteceu aqui, na Alemanha, num país com uma cultura de referência, pode voltar a acontecer". É sobre isso, sobre o esquecimento que hoje se pratica que importa lembrar o nascimento de Anne Frank.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Semana das Artes - Ilustração / Textos (V)

Não sairei da escuridão sem ti, não sairei da escuridão sem te guiar, sem ser aquela luz de presença, aquela que te acalma quando em pânico estás, aquela que te descontrai, aquela que te relaxa, aquela que te amaina nas mais ínfimas situações de horror.

E no terror? No terror lá estarei para te iluminar, para ser a chama acesa na mais fria noite sofrida. Lá no céu marcarei, como um farol a um barco faz, a minha presença, de forma a encontrares o conforto no desconhecido desconforto, de forma a ires mais além, de forma a que não digas sim. Aí na terra, mostrar-me-ei por outros, e aí me deves aprender a ver, porque eu não estando, estou, não sendo, sou, não falando, falo, não vivendo, vivo- Manter-te-ás inabalável e eu farei possível o impossível.

Não te perseguirei, tentarei, lograrei, mas antes te mostrarei a pureza, o repouso alcançável, o reino, o infinito. 

Texto: |João Maria Maldonado Correia|11º D | Desenho: |Caetana F. Thomaz|12º D| 
Escola Secundária Rainha Dona Amélia|Semana das Artes |

terça-feira, 9 de junho de 2015

Smashing Awards


Os alunos que pelo seu estudo e dedicação foram nomeados para a edição deste ano, a decorrer dia nove, às 21 horas, no salão preto e prata do Casino Estoril. Parabéns a todos!
NOMEADOS 2014/2015
Cientista Júnior
André Campos Martins – 7.º1.ª
Rita Tavares Gomes Aires – 8.º6.ª
Filipe da Costa Quinta Gonçalves Sobrinho – 9.º1.ª
José Soares Trindade Nunes dos Santos – 9.º4.ª
Cientista Sénior
Maria Madalena Cadavez Alarcão Ravara – 11.ºA
Maria Isabel Silva Castro Guerra – 11.ºA
Martim Duarte Teles da Silva de Almeida Duarte – 11.º B
Tomás Melo Bento Quental Pereira 11.ºB
Ana Carolina Maurício Gomes- 11.ºB
Filipa da Costa Cabral Gomes Páscoa – 11.º C
Mafalda Soares da Graça Antunes Capucha – 12º A
Miguel de Magalhães Esquível Carrilho Ribeiro– 12º A
Matemático Júnior
André Campos Martins – 7.º 1.ª
Maria Raquel Carvalho dos Santos Oliveira – 7.º 3.ª
António Ricardo da Silva Duarte Récio – 8.º 3.ª
João Marcelo Carvalho dos Santos Oliveira – 8.º 6.ª
José Soares Trindade Nunes dos Santos – 9.º 4.ª
João Maria Rodrigues Saúde – 9.º 5.ª
Matemático Sénior
Maria Isabel Silva Castro Guerra – 11.º A
Martim Teles de Silva de Almeida Duarte – 11.º B
Maria Constança Pinheiro Machado Almeida e Vasconcelos – 12.º A
Miguel de Magalhães Esquível Carrilho Ribeiro – 12.º A
Escritor Júnior mais promissor
Mafalda Nascimento Athayde Melo Tarrozo – 7.º 4.ª
Catarina Alves Moreira de Albuquerque d’Orey – 8.º 6.ª
João Marcelo Carvalho dos Santos Oliveira – 8.º 6.ª
Ana Beatriz da Costa Milhano – 8.º 5.ª
José Soares Trindade Nunes dos Santos – 9.º 4.ª
Escritor Sénior mais promissor
Sara Tomás de Melo Barreira Pinela – 10.ºH
Maria Luísa Machado Moreira – 11.º A
Sofia Lúcio Sequeira – 11.º B
Henrique Maria Magalhães Gama Ribeiro Claudino – 11.º F
Maria Madalena Maymone Martins Quintela – 11.º F
Mafalda Soares da Graça Antunes Capucha - 12.ºA
Miguel de Magalhães Esquível Carrilho Ribeiro – 12.º A
Guilherme Frederico Mendes Pinto Drummond Ludovice – 12.º B
Pedro Miguel Costa Custódio – 12.º B
Teresa Aires de Sousa Silveira Rodrigues – 12.º E
Filósofo mais promissor:
Maria Madalena Cadavez Alarcão Ravara- 11.º A
Manuel Maria Martins Rodrigues da Silva Rodrigues da Silva- 11.º B
Martim Duarte Telles da Silva de Almeida Duarte-11.º B
Sofia Lúcio Sequeira Sequeira- 11.º B
Tomás Melo Bento Quental Pereira -11.º B
Marta Alves Barata Belmar da Costa - 11.ºE
Psicólogo mais promissor:
Catarina de Magalhães Esquível Carrilho Ribeiro- 12.ºA
Guilherme Rebelo de Andrade Santos Silva-12.ºA
Maria Inês Mendes Gouveia- 12.ºA
Maria Margarida Cadavez Alarcão Ravara- 12.ºA
Maria Teresa Rodrigues- 12.ºE
Cozinha Experimental
Daniela Filipa Aleluia Lemos – 7.º1.ª
Cristiana Sofia Rodrigues Fernandes – 7.º1.ª
Jéssica Rodrigues Taveira – 7.º 3.ª
Joana Bayó de Magalhães – 7.º3.ª
Maria Reis Barão – 7.º 5.ª
Digitalíssimo
Carolina Marques Simões – 7.º1.ª
Maria Raquel Carvalho dos Santos Oliveira – 7.º3.ª
Maria Leonor Forjaz Vidal da Costa e Silva- 7.º5.ª
Francisco Van Zeller Rodrigues – 8.º2.ª
Tomás Casaes Canavilhas Fernandes – 8.º2.ª
João Marcelo Carvalho dos Santos Oliveira – 8.º6.ª
Artista Júnior
Lúcia Afonso Oliveira – 9.º1.ª
Maria do Carmo Castro Caldas de Siqueira de Almeida – 9.º2.ª
Beatriz Pinto Cristóvão – 9.º2.ª
Raquel Pipio Rosinha – 9.º4.ª
Beatriz Cavaco de Conceição – 9.º4.ª
Maria Correia Afonso Lobo Vilela – 9.º6.ª
Artista Sénior
Jonathan da Silva Romcy – 10.ºF
Maria Teresa Rebocho Machado Bebiano de Franco – 11.º E
Marta Alves Barata Belmar da Costa – 11.ºE
Caetana Maria Aragão Morais Fernandes Thomaz – 12.ºD
Maria Teresa Duarte Silva de Almeida - 12.º D
Desportista Júnior
Catarina Alves Moreira de Albuquerque D´Orey – 8.º 6.ª
Constança Onofre de Almeida Frazão – 8.º 6.ª
João Marcelo Carvalho dos Santos Oliveira – 8.º 6.ª
Desportista Sénior
Martim Teles da Silva de Almeida Duarte – 11.º B
Carlos Miguel de Carvalho Saraiva – 11.º B
Gonçalo Maria Albuquerque Toscano Rico – 12.º B

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Os níveis de vida - Livro da semana

Título: Os níveis de vida
Autor: Julian Barnes
 Edição: 1ª
 Páginas: ...
Editor: Quetzal
ISBN: ...
CDU: 821.111-31"19/20"

Perdemos o mundo por um olhar? Claro que sim. É para isso que o mundo existe: para se perder na altura certa." (1)


Um livro sobre nós, sobre os gestos que nos fazem juntar os objectos, os caminhos, na transformação do mundo, a  que acabamos por dar um contributo. Dos níveis de vida que de modo diferente vivemos. Nos sonhos dos espaços, onde a liberdade é maior que qualquer convenção ou poder político. 


Na descoberta por encontrar novas ideias, novos artefatos, novas formas de compreender o espaço que nos rodeia, novas possibilidades de nos vermos. Na normalidade dos hábitos, do que aspiramos, da levitação que ensaiamos chegar a pontos de eternidade efémera, seja no amor, na arte, na viagem.

Níveis de vida onde nos tentamos encontrar, redigir padrões, manter-mos a suspensão nas nuvens, mesmo quando a realidade é concretização da imaginação. Nesses pontos onde tentamos criar um mundo moral feito de verdade, de magia, de cintilação. E também de perda, dessa ausência incompreensível do rosto. E do universo, sempre e só na sua construção funcional.

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Pensar Pessoa (IV)


E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me na cadeira. Em que hei-de pensar?
Na minha vida?
No meu repetitivo
dia-a-dia?
Na fragilidade que sinto e na dos seres?
Ou naquela menina inocente a comer chocolates que eu da janela via?
E se eu não tivesse talento para a escrita, de mim o que seria?
Logo eu, que escrevo de fronte da tabacaria  |Diogo Cirne| 10º A|

Fernando Pessoa
Entre os pensamentos perdidos por entre o dia e a noite
À pausa do comum agradeço
Na saudação do natural e da rotina vejo,
Vejo a felicidade nas faces dos que não pensam nem calculam a acão
Pois a simplicidade da gente é o que me salva
É o que me alegra e me retira da cova que escavei
E só assim percebo e me pergunto,
se neste vasto universo em que habitamos
Valerá a pena ter sabedoria sem felicidade,
ou viver na alegria da ignorância? |João Récio| 10º C|

Se consegues ver ou tocar
é porque existes
Então e a existência do pensamento
que só nós vemos?
Apesar de qualquer um o perder mudar
podes confirmar a sua existência?
Ou será que o pensamento é simplesmente uma ilusão
e todos se vêem como seres que pensam,
apesar de estarmos presos pelo destino
numa história já escrita?
Isso é impossível
se não tivéssemos pensamento como poderíamos imaginar
tal mundo onde tudo está programado. | Rafael Pipio| 10º C|

Desenhos: |...| ...|

Sentir...

Oh! Que beleza aquele relvado!
Com coloridas flores e vasto arvoredo!
Lá sentado ele estava,
Olhando o sol que o iluminava.
Oh! Quanto mais o posso desejar?
Se nada por ele posso pensar,
Quando me deixa frívola e abandonada!
Oh! Quanto mais o posso desejar?
Se nada mais é possível amar!
Se não…
Amar-te na minha solidão,
E recuperar-te,
Quando encontrares o avião,
Com destino ao meu coração…

Sara Pinela, 10ºH

Minha Filosofia!

Oh minha filosofia!
Pede ao sol e à lua,
Que te digam o quanto quero ser tua!
Verdades questionáveis,
Muito mais que imagens,
Antes sim, o iluminar
E o mundo mudar.

Dialogo e argumento…
Qual o meu fundamento?
Desejar, amar, sonhar?
Algo exaustivo de pensar!
Refletir sobre mim,
Saber com fim.
Estado, presente,
Realidade existente.
Fluir do pensamento,
Abrigo da vida,

Estando perdida…

Texto: Sara Pinela, 10ºH

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Pensar a Tabacaria (III)

Sempre uma coisa defronte da outra
sempre um problema após uma decisão
Sempre um mistério após o silêncio
Sempre mil perguntas após uma discussão
Sempre uma descoberta após um segredo
Sempre uma lágrima após uma desilusão
Sempre um abraço após uma despedida
Sempre um sentimento no nosso coração.
Maria Galego / Frederico Ferreira / Inês Campos - 10º C; Cláudia Conceição - 11º E;

Olhar a Tabacaria (II)

Não sou, nada posso, nada sigo
Trago por cegueira, meu ser comigo
Não compreendo, nem sei
Se hei-de ser, sendo nada, o que serei
Vivemos só de recordar
Na nossa alma angustiada
Não podemos fazer nada
Para viver a nossa morta vida
É tarde de mais para acordar
Já vivi tudo o que tinha de viver
Só me resta esperar
O fim da minha funesta sina
Mas, em momentos de maior loucura
Sento-me 
Imito, tento ser
Aquela inocente pequena criancinha
Que ainda não perdeu a alma
Que come chocolates
Caio em mim
Volto à janela
A única passagem para o mundo real
Fecho-a

Texto - Débora Santos: 10º B; Ilustração - Claúdia Conceição: 11º E