Aqui fica o convite para relembrar a obra multifacetada de Almada Negreiros, o escritor e artista visual modernista. Nascido em 1893, em S. Tomé, faleceu em Lisboa a 15 de junho de 1970.
Retrato de Sarah Afonso, 1938 - Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Sem título, 1933 - Centro de Arte Moderna Gulbenkian
Réplica do Retrato de Fernando Pessoa, 1964 - Centro de Arte Moderna Gulbenkian
"Uma mesa cheia de feijões.
O gesto de os juntar num montão único. E o gesto de os separar, um por um, do dito montão.
O primeiro gesto é bem mais simples e pede menos tempo que o segundo.
Se em vez da mesa fosse um território, em lugar de feijões estariam pessoas. Juntar todas as pessoas num montão único é trabalho menos complicado do que o de personalizar cada uma delas.
O primeiro gesto, o de reunir, aunar, tornar uno, todas as pessoas de um mesmo território é o processo da CIVILIZAÇÃO.
O segundo gesto, o de personalizar cada ser que pertence a uma civilização é o processo da CULTURA.
É mais difícil a passagem da civilização para a cultura do que a formação de civilização.
A civilização é um fenómeno colectivo.
A cultura é um fenómeno individual.
Não há cultura sem civilização, nem civilização que perdure sem cultura."
José de Almada Negreiros, in Ensaios
A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares