Manuel Alegre de Melo Duarte nasceu em Águeda, a 12 de maio de 1936. Estudou Direito na Universidade de Coimbra, onde foi um ativo dirigente estudantil. Destacou-se também como campeão nacional de natação e atleta internacional da Associação Académica de Coimbra.
A sua contestação ao regime de Salazar fez com que
fosse preso pela PIDE. Em 1964 saiu de Portugal, tendo estado exilado cerca de
10 anos. Mesmo fora do país, a sua tomada de posição sobre a ditadura e a
guerra colonial converteram-no num símbolo da resistência e da liberdade. Os seus
primeiros dois livros (Praça da Canção,
1965, e O canto e as armas, 1967) foram
apreendidos pela censura, mas passaram de mão em mão em cópias clandestinas,
manuscritas ou datilografadas.
Os seus poemas, cantados, entre outros, por Zeca
Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, tornaram-se
emblemáticos da luta pela liberdade. Regressou a Portugal alguns dias depois do
25 de abril de 1974. Nesse mesmo ano, ingressou no Partido Socialista, onde, ao
lado de Mário Soares, promoveu mobilizações populares que contribuíram para a
consolidação da democracia. Foi deputado pelo Partido Socialista desde 1975 até
julho de 2009, altura em que, por vontade própria, se afastou do cargo que
durante 34 anos ocupou. Em 2006 e em 2011 candidatou-se às eleições
presidenciais. Mantém-se como membro do Conselho de Estado e das Ordens
Honoríficas de Portugal.
Além da atividade política, saliente-se o seu
proeminente labor literário, quer como poeta, quer como ficcionista. Um dos
seus poemas musicados mais conhecidos é a Trova
do Vento que Passa, cantada por Adriano Correia de Oliveira e por Amália
Rodrigues, entre muitos outros. Reconhecido além- fronteiras, em abril de 2010,
a Universidade de Pádua, em Itália, inaugurou a Cátedra Manuel Alegre,
destinada ao estudo da Língua, Literatura e Cultura Portuguesas. Pelo conjunto
da sua obra recebeu inúmeros prémios. A sua obra literária está editada em
italiano, espanhol, alemão, catalão, francês, romeno e russo.
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