O Senhor Valéry e a lógica de
Gonçalo M. Tavares, ed. Caminho, 2002
Este pequeno livro, integrado na coleção “O Bairro”, dá-nos uma extraordinária reflexão crítica sobre a lógica. Gonçalo M. Tavares propõe-nos, brincando com aquilo que chamamos “lógica”, usar a perspetiva visual e criativa para falar de emoções, ideias e sonhos.
O primeiro repto aparece, por exemplo, ilustrado na p. 11 “ O senhor Valéry tinha um animal doméstico mas colocava-o numa caixa para o proteger de todo o mal, visto que “é melhor evitar os afetos por animais domésticos, eles morrem muito e depois, é uma tristeza para o coração.” Como se depreende deste exemplo, tudo o que é mais importante não pode, na maioria das vezes, ser expresso em linguagem lógica formal e universal, como se houvesse apenas um sentido unívoco para dizer o real.
Todo o livro é aliciante e desconcertante, na medida em que descobrimos uma outra “lógica” na análise das situações mais quotidianas e banais.
O senhor Valéry está muito cansado (das rotinas também) e, por vezes, sente-se confuso. Também estão confusos? Leiam o livro.
Um livro delicioso e muito filosófico!
PS: Aqui fica o convite para a leitura integral desta recensão crítica que se encontra na Biblioteca.
Isabel Nunes de Sousa
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