E necessitava correr, reentrar na Cidade, mergulhar nas ondas lustrais da Civilização, para largar nelas a crosta vegetativa, e ressurgir reumanizado, de novo espiritual e Jacíntico! (...) Este delicioso Jacinto fizera então vinte e três anos, e era um soberbo moço em quem reaparecera a força dos velhos Jacintos rurais. Só pelo nariz, afilado, com narinas quase transparentes, de uma mobilidade inquieta, como se andasse fariscando perfumes, pertencia às delicadezas do século XIX. O cabelo ainda se conservava, ao modo das eras rudes, crespo e quase lanígero; e o bigode, como o de um Celta, caía em fios sedosos, que ele necessitava aparar e frisar. (Jacinto, à porta do 202, A cidade e as serras, cap. I).
(Ponto de partida de uma exposição que a Biblioteca montou a partir de recursos próprios e outros já existentes, e onde se procura documentar um escritor muito especial, autor do mês, Eça de Queiroz.
A Cidade e as Serras é o ponto central desta exploração visual e literária.)
Ilustração - Júlia Kovacs (de um projeto de ilustração de alunos do ensino secundário de uma escola de Faro, há alguns atrás).
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