sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Apresentar um livro - Profº Luís Campos

Três chávenas de chá, de Greg Mortenson e David Oliver Rolin

O nosso clamor é um vento forte que atravessa a terra.» (1) 

Ouvimos e vemos demasiadas vezes notícias que nos relatam a pobreza extrema, as doenças de que sofrem milhões de pessoas no planeta. Assistimos nos media a atentados suicidas em zonas do planeta contra pessoas indefesas. Sentimos em vastas zonas do globo a indiferença para com a vida em atos de extrema violência. Verificamos como o analfabetismo e a extrema pobreza alimenta o fundamentalismo, em países como o Paquistão ou o Afeganistão, convocando crianças e jovens para o absurdo. Existe alguma forma de superar esta epidemia do espírito, esta doença que ameaça o coração do Homem?

Três chávenas de chá é um caminho que vale a pena conhecer. É a história de um livro, de um homem, de uma ONG e de uma comunidade nas montanhas altas do Paquistão, justamente no K2. É um livro sobre as possibilidades criadoras que a educação e a leitura permitem construir, mesmo nas geografias mais difíceis, onde a violência, o fanatismo religioso e a pobreza alimentam uma terra ferida de dignidade e esperança para as mais jovens gerações. O Paquistão e o Afeganistão são muitas vezes sinónimos de indiferença a uma ideia de dignidade, de alfabetização, de oportunidade para diversas comunidades.

Um alpinista americano, ao escalar o K2, a segunda maior montanha do planeta conheceu no povo balto a hospitalidade de uma cultura ancestral. No território do fundamentalismo islâmico, entre os caminhos da Al-Kaeda e dos Talibãs, num mundo esquecido, um homem tenta a conciliação de culturas. Nas altas montanhas da Ásia, entre o Paquistão e o Afeganistão um homem viu como a educação podia fazer sobreviver as aspirações de uma comunidade. Com a ideia de criar escolas, especialmente para meninas e com o apoio a projetos comunitários, um homem cria uma resposta generosa onde muitos, demasiados só parecem encontrar a guerra. 

É um livro que não é uma ficção, mas uma reportagem ilustrada por quem viveu uma aventura de generosidade e de transformação de como um sonho, pode converter-se numa ONG, The Central Asia Institute, que alimenta a possibilidade de alfabetização de uma cultura, nos seus elementos mais jovens. 

É um livro que revela uma lição imensa. Uma lição de vontade e inteligência. Mas também, uma lição de recompensa pelos frutos conseguidos com aquelas crianças e a convicção que só de olhos abertos se pode compreender o mundo. É ainda um livro que nos envolve com o mais importante, a vontade e a determinação de cada homem. Um livro que nos assegura que as mudanças têm de passar pelo individual, pois cada de um nós, nas palavras antigas de Krishnamurti, representa "o resto da humanidade".

Se este tema se te interessa podes consultar o sítios relacionado com este projeto, justamente, três chávenas de chá.


(1) "A canção de guerreiro do rei Gezar", in Três chávenas de chá, pág. 313

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