quinta-feira, 3 de abril de 2025

Ainda a propósito dos Direitos Humanos...

 No âmbito da atividade promovida pelo Departamento de Ciências Sociais e Humanas "Pensar o mundo: que desafios?" e em articulação com a abordagem dos Direitos Humanos, as turmas de 7º-3ª e 7º-4ª elaboraram um Dicionário denominado "Inimigos dos Direitos Humanos ... de A a Z". Os alunos da turma 9º-1ª fizeram os "Bilhetes de Identidade" de Ativistas dos Direitos Humanos". 

Estes trabalhos foram realizados no âmbito da disciplina de Cidadania e Desenvolvimento com a docente Isabel Alarcão e Silva. As várias turmas que têm vindo visitar realizam igualmente um Desafio concebido pela docente com expressões representativas da violação dos Direitos Humanos.

Aqui fica o convite para virem ver estes trabalhos  de alunos.







A Coordenadora da Biblioteca Escolar: Ana Cristina Tavares



segunda-feira, 24 de março de 2025

O medo e a angústia existencial - laboratório sensorial

 No âmbito do laboratório sensorial, a realizar-se a 27 de março, integrado na Semana das Ciências Sociais e Humanas,  divulgamos, de seguida, um texto sobre a temática do medo e da angústia existencial:


                                

"Sobre o Medo (parte I): Uma perspetiva filosófica

Exploração filosófica de uma situação:

Onde moro atualmente, embora seja litoral, jamais ouvi falar de um ataque de tubarões. Portanto, nenhum evento traumático relacionado com esses animais jamais me ocorreu nem a qualquer pessoa próxima de mim. Assim, se eu demonstrar este medo, ele aparecerá como um evento aparentemente injustificável, e inclusivamente, por qualquer fator externo.

Naturalmente, esta questão pode ser um ponto de partida para entender  “o quê” e as causas da fobia ou do medo. Esta reflexão, portanto, concentrar-se-á em entender o que é o medo, por que o sentimos e como vencê-lo. E para tentar entender o problema, recorri à literatura que me foi mais acessível, partindo de uma perspetiva filosófica-teórica para uma visão psicológico-prática. Esta reflexão, portanto, terá duas partes, sendo esta primeira dedicada a uma perspetiva filosófica do assunto.

Pois bem, podemos dizer que o medo é uma das nossas emoções mais básicas, estritamente associada ao nosso sentido de autoproteção e sobrevivência. O corpo humano reage instintivamente ao perigo, à aparência do perigo ou simplesmente à crença do perigo, levando-nos em direção à fuga.

Fugir, afastar-se, correr para longe de forma a esquecer o que nos perturba é a raíz de qualquer vivência profunda como seja o medo

: “é especialmente daquilo de que foge que a presença corre atrás” revelando o que se esconde de uma forma mais profunda – que eu me sinto ameaçado, perdido ou desencontrado de mim mesmo.

Encontramos em Heidegger a reflexão mais próxima sobre o modo fundamental como o medo se faz ver: na ação.

Basearemos as ideias que se seguem tal como se apresentam no capítulo sexto da sua obra Ser e Tempo.Sabe-se que a preocupação mais profunda de Heidegger não se concentrou na existência em si, mas no ser, mais especificamente no esquecimento do ser. Para ele, o homem cotidiano (do século XX) mantém-se numa situação de encobrimento do seu ser, por isso, não possui uma compreensão profunda da sua própria existência. E essa tendência para o encobrimento, o equívoco, a banalidade que este filósofo colocou pela primeira vez ligando-o ao problema do “esquecimento de si e do ser”.

 De acordo com a análise que M. Heidegger faz, os gregos, dedicavam-se à questão do ser, mas, ao longo do tempo, o homem foi-se afastando do ser para se fixar nos entes. E isso levará Heidegger, não surpreendentemente, a encontrar na superação ou mesmo na “destruição” da tradição filosófica clássica uma solução.

Todo o problema central , na visão heideggeriana, gira em torno do conceito de Dasein (o ser-aí ou o ser-no-mundo). O Dasein, normalmente traduzido para o português como “o ser- aí ou o aí do ser”, é aquilo que confere ao mundo o caráter de mundo, e aqui o mundo tem uma definição diferente da conceção moderna estabelecida em Descartes. Falar de “ser-no-mundo” em Heidegger pressupõe vários graus: a quotidianeidade; o modo impróprio de existir em contraponto com o ser autêntico e o cuidado bem como a resolução a ser si mesmo. E é aqui que o medo e a angústia mostram a sua função fundamental.

 Ao concentrar-se em explicar os aspetos existenciais que constituem o Dasein como ser no mundo, Heidegger viu-se diante da questão existencial fundamental, - qual é, afinal, o sentido da existência humana, o traço constitutivo da existência do Dasein no qual residirá a totalidade do ser da existência humana, por outras palavras, a própria essência humana. Ele encontrará esse traço totalizante que define a essência do ser humano justamente no conceito de angústia, buscando o nexo ontológico entre angústia e medo, admitindo que entre ambos existe um parentesco de grau, por isso aparecem, na maior parte das vezes, inseparáveis um do outro. No entanto, o medo é mais concreto e emocionalmente mais identificável que a angústia.

Essa distinção que Heidegger faz entre angústia e medo leva-nos à conclusão de que o meu medo de tubarões tem muito pouco a ver com tubarões. Heidegger diz que, ao contrário do medo, a angústia não vê um “aqui” e um “ali” determinados, de onde o ameaçador surge. É justamente quando o ameaçador não se encontrar em lugar nenhum que se anuncia a angústia. Ela não sabe o que é aquilo com que se angustia. No entanto, “em lugar nenhum” não significa um nada meramente negativo: “o ameaçador dispõe da possibilidade de não se aproximar a partir de uma direção determinada, situada na proximidade, e isso porque ele já está sempre 'por aí', embora em lugar nenhum. Está tão próximo que sufoca a respiração e, no entanto, encontra-se em lugar nenhum”.

Podemos, portanto dizer, de uma forma simples, que o medo parece mais concreto e determinável na sua origem ou causa enquanto a angústia é indeterminável e coloca-nos perante o abissal nada.

No caso da psicologia, o medo e a angústia terão uma carga traumática que, repetida, levará a uma defesa e fechamento do ser humano que, numa atitude de fuga, não será capaz de lidar com esse trauma sem ajuda.

Aliás, Heidegger, trabalhando e dando Seminários a psiquiatras (ver Seminários de Zollicon), discutirá as formas como o medo e a angústia podem levar o ser humano a perder-se da sua essência, sendo “ o CUIDADO” a categoria existencial que restituirá o sentido à totalidade do seu “ser-no-mundo”.

O que Heidegger explicita é que o medo vai muito além da situação em que uma pessoa teme ser atacada por tubarões, ou morrer afogada, ou viajar de avião; é um estado diante do mundo ou um modo de lidar com o mundo, perante o qual os tubarões, a água e os aviões estariam aí, senão como figuras quase irrelevantes, sobretudo, como representação/sinal daquilo que se verdadeiramente se teme.

Aquilo de que se tem medo é sempre um ente intramundano que, advindo de determinada região, torna-se, de maneira ameaçadora, cada vez mais próximo, diz o autor alemão. Medo é a angústia imprópria, entregue à decadência do “mundo” e, como tal, a angústia em si mesma, está ainda velada. Na angústia, o ser aí como existente sente-se no “estranho”. Estranheza significa “não se sentir em casa”, não estar “familiarizado com...”. O não sentir-se em casa deve ser compreendido aqui, essencialmente e ontologicamente, como o fenómeno mais originário, que nos afasta do nosso ser e do ser enquanto tal.

A angústia, para Heidegger, em comum acordo com Kierkegaard, tem um quê existencial essencialmente humano. Ela é mais que um fenómeno psicológico e ôntico; ela tem uma dimensão ontológica, pois remete-nos para totalidade da existência como ser-no-mundo. Só o homem se angustia, só o homem existe e só o homem pode ter uma compreensão do ser. Kierkegaard dirá que o desespero e a angústia revelam a nudez do ser humano a si mesmo. A diferença entre os dois autores vai residir no fato de que, em Kierkegaard, a angústia revela o nosso ser finito, o nada de nossa existência diante da infinitude de Deus, do caráter eterno de Deus, enquanto que,  em Heidegger, a angústia revela-nos o sentido existencial da finitude do homem – põe-nos diante do NADA.

“É na angústia que a liberdade de ser para o poder-ser mais próprio do Dasein se mostra numa dimensão originária e fundamental.” ( Ser e Tempo)

O filósofo alemão descreve, igualmente, o sentimento de apavoramento de que falava Pascal com o sentimento de angústia, e sugere que a angústia é fundamental para que se alcance a verdade. A busca da verdade não deve ser estática, passiva, contemplativa, mas movimentada pela ação; a ação de ir vivenciar o Nada, o desconhecido, o medo. O medo, assim, impele o homem a abandonar a passividade e abrir-se para o desconhecido e abissal, lutando contra os seus instintos mais elementares.

Para Heidegger, o medo não é algo a ser evitado, mas faz parte do nosso ser mais profundo. O obscuro, o desconhecido, o temido, é onde propriamente encontramos a nossa essência como seres humanos. Somente abrindo-nos em direção ao medo, e enfrentando-o, conseguiremos, de facto, conhecer-nos e superar-nos a nós mesmos. Esta pode ser, talvez, uma diferenciação própria do Dasein, uma capacidade do ser que reside não apenas em estar no mundo, mas de ser-no-mundo, de estar envolvido no mundo, compreendido no mundo. E o medo da morte encontra aqui uma posição especial, pois coloca-nos em face, ou com a eternidade, ou com a total falta de sentido, o que foi, por sua vez, brilhantemente, comentado por Pascal.

Uma pausa para observar uma coisa interessante: parece que essa diferença entre Heidegger e Kierkegaard e entre Heidegger e Pascal, que parte justamente do fato de que Kierkegaard e Pascal buscam explicar a angústia a partir da eternidade, do caráter eterno de Deus, ao passo que Heidegger busca uma explicação mais fenomenológica da “disposição existencial”, como vulgarmente designamos “o sentir-se” explica. É difícil encontrar, uma abordagem filosófica sobre o medo, fora de pressupostos teológicos, senão em Heidegger. A impressão é que, para a maioria dos estudiosos sobre o assunto, Heidegger conserva o pensamento estritamente filosófico, “puro”, enquanto os autores que o influenciaram, como Kierkegaard e Pascal, “se afastam” da filosofia para encontrar refúgio na “teologia”, o que representa uma espécie de retrocesso filosófico.

 Heidegger considera que o pensamento Onto-teológico, que esteve na base da Metafísica tradicional, foi incapaz de se abrir em direção à eternidade e ao Ser, ocultando o pensamento do homem que o limitou na sua existência a este mundo, aparente, banal e orientado para o “ruído”, “ a conversa banal” ou “ a rotina do hábito”.

Notas:

Para obter uma compreensão melhor da visão de Kierkegaard sobre a angústia, recomendamos a leitura da sua obra “O Conceito de Angústia”, lembrando, claro, que também temos uma lista de leitura do autor. Sabendo que a maioria das questões que preocupam as pessoas estão na maioria relacionadas ao "medo da morte", faremos esta reflexão não mais em duas, mas em quatro partes. A segunda parte trará a visão de Pascal sobre a importância de se “antecipar a morte” e de se investigar a natureza mortal ou imortal da alma; na terceira parte traremos conceitos e conselhos práticos sobre o medo e como dominá-lo, inspirados numa abordagem menos analítica e mais psicológica sobre o tema; e na quarta falaremos de medos relacionados com a infância que podem influenciar na vida adulta."

A continuar...

Texto da Profª Isabel Nunes de Sousa (Filosofia)




A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares

sexta-feira, 21 de março de 2025

Celebração do Dia da Poesia e Camões - trabalhos do 9º-4ª

Nas comemorações do V Centenário do Nascimento de Luís de Camões e na celebração do Dia da Poesia, continuamos a refletir sobre a importância do primeiro nas criações poéticas que se seguiram. Terão os poetas posteriores reconhecido o talento de Camões? Apreciem os cartazes  dos alunos do 9.º 4.ª, criados a partir de poemas escritos por Almada Negreiros, Jorge de Sena, Sophia de Mello Breyner, António Gedeão, Alexandre O'Neill e Manuel Alegre, e tirem as vossas conclusões.

Boas leituras!" (Profª Carla Coelho - Português)

Aqui ficam os primeiros dois cartazes produzidos pelos alunos e outros se seguirão em breve:





A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares

quinta-feira, 20 de março de 2025

Dia Mundial da Poesia - mural digital

 Para comemorar o Dia Mundial da Poesia, que se comemora anualmente a 21 de março, os alunos do 11.º A1, 11.º C2, 11.º E1 e 11.º H1 foram convidados, no âmbito da disciplina de Português,  a partilhar os seu poemas preferidos, construindo um mural de poesia que podem ler, seguindo a ligação.




BOAS LEITURAS!

Aqui fica o nosso agradecimento aos alunos e à Profª Carla Coelho por esta partilha e aproveitamos para mostrar também um poema visual, feito  a partir de poemas de Fernando Pessoa e que também foi realizado por alunos de outra escola: 



(Fonte da imagem: http://blograficoesfd.blogspot.com/2019/06/blog-post_19.html)



A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares













quarta-feira, 19 de março de 2025

Direitos Humanos na Constituição Portuguesa

 

        Queres aprender mais sobre os Direitos Humanos e como a Constituição Portuguesa protege a igualdade? Então, visita a exposição na Biblioteca Escolar, onde podes apreciar os magníficos trabalhos de ilustradores portugueses sobre os Direitos Humanos.
         Depois, aprofunda o tema com o trabalho interativo no Genially, onde poderás explorar de forma dinâmica diversos direitos como o direito à família, saúde e habitação, os direitos das mulheres e das pessoas com deficiência. Assim, poderás refletir sobre o teu papel na defesa dos Direitos Humanos. Será que estás a proteger e incentivar a defesa destes direitos?
      Para assinalar o teu compromisso com a igualdade e a inclusão, não te esqueças de tirar uma selfie na moldura disponível na Biblioteca Escolar. 
 
Equipa da Biblioteca Escolar
Ana Cristina Silva (História)

segunda-feira, 10 de março de 2025

Exposição - Pensar o mundo: que desafios?

Com o tema aglutinador "Pensar o Mundo: que desafios?", o Departamento de Ciências Sociais e Humanas promove um conjunto de atividades ao longo do mês de março, proporcionando momentos de reflexão e debate sobre questões fraturantes na sociedade atual.

Estão previstas conferências com especialistas sobre temáticas da atualidade, visitas de estudo e inúmeras exposições. Na Biblioteca Escolar destacam-se os projetos de Cidadania e Desenvolvimento acerca da “Interculturalidade” e “Um Mundo de Curiosidades”, este com a colaboração da disciplina de Geografia. A disciplina de Economia A apresenta maquetes criativas sobre o tema "Desbravando horizontes: A Economia como laboratório criativo", enquanto em Geografia focam-se os “Biomas Terrestres”. Iniciativa das disciplinas de Economia C e Geografia C, os visitantes poderão visualizar ao pormenor a maquete "Museu da Água – Reservatório de Memórias – O passado que move o futuro".

Adicionalmente, decorrerão exposições como “Pensar o Mundo através da Arte” das disciplinas de Filosofia, Português e Economia A. Alusivas aos Direitos Humanos estarão camisolas ilustradas sobre o assunto em "Veste os Direitos". A exposição interativa "Direitos Humanos na Constituição Portuguesa" e "Voar pelos Direitos", com papagaios de papel ilustrados pelos alunos por iniciativa da disciplina de História. A salientar a exposição fotográfica " A Geografia que somos" e o “Laboratório sensorial” de Filosofia.

Texto da Profª Ana Cristina Silva (História)

Aqui ficam imagens alusivas à exposição no espaço da BE e um convite para uma selfie na moldura dos "Direitos Humanos":











A Equipa da Biblioteca Escolar: Ana Cristina Silva (História), Tereza Santos (Filosofia) e Ana Cristina Tavares (Coordenadora da BE)


quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Ainda as "Cartas de Amor com Camões"

O prometido é devido!

Como talvez se recordem , na quinta-feira, dia 13 de fevereiro, realizou-se na Biblioteca Escolar a atividade "Cartas de amor com Camões" com uma turma de 8º ano. A sessão foi dinamizada pela docente de Português, Laura Oliveira e pela professora bibliotecária, Ana Tavares.

  Os alunos,  em pequenos grupos, escreveram SMS que foram afixados num placard e cartas de amor que, agora, disponibilizamos para leitura. 

Aqui fica o nosso agradecimento à turma do 8º-2ª, que se empenhou  permitindo a concretização desta atividade no âmbito da comemoração do V Centenário do Nascimento de Camões - "Camões, engenho e arte".

EIS AS CARTAS DOS GRUPOS:


Querida Joana,

A tua presença faz-me sentir indiferente, a tua beleza é um íman que atrai tudo a ti. Vais na rua e és o brilho, o teu olhar torna-te especial.

Joana, estou a enviar-te esta carta, pois com palavras não sou bom, eu sei que podes pensar que não sou digno do teu amor, mas olha, eu sou uma boa pessoa, esforço-me e dedico-me para conseguir a tua atenção. O desejo de te ter ao meu lado é irresistível. Passo todas as horas, todos os minutos e os segundos a pensar em como gosto de ti.

 Com esta carta, espero que tu decidas não pela beleza, mas pelo amor. Olha-te daqui a dez anos e imagina com quem quererias estar. Sem te pressionar, espero abraçar-te para chorar, mas não de tristeza. Chorarei de amor e felicidade, porque tenho a fé de que um dia estaremos juntos.

Do teu admirador secreto.  

(Anónimo)


                                                                                                                        13/02/2025  

             Querido Sam,

Esta carta foi escrita para ti, pois, pelo menos para mim, tu és importante.   

Tu és carinhoso(a) e dás-me conforto; independentemente das ações que cometo, não julgas, apenas ouves.

Por mais que tenhamos altos e baixos, o que é normal, conseguimos sempre superá-los pois a tua presença faz me sentir a pessoa mais feliz.

Para além disso, és divertido(a) e fazes-me esquecer de todos os meus problemas.     Para mim os teus olhos brilham como uma noite estrelada.

Concluindo, és a pessoa mais especial que conheço, e só te posso agradecer por te ter conhecido.

 

Com amor, António, Carlota, Cristina, Diana. 



   Meu amor, 

   Ultimamente, ando perdido nos meus sentimentos a pensar no nosso amor. Lembrei-me de, quando eramos jovens apaixonados e felizes, com a vida tranquila. 

  Hoje em dia, sempre que estou sozinho e começo a pensar, és sempre tu que me vens à cabeça. Com isto, quero dizer que cada vez te amo mais... 

  No entanto, não sei se ainda sentes o mesmo por mim. Gostava de ter a oportunidade de nos reencontrarmos, como nos velhos tempos, jovens e sem preocupações. Mesmo que a resposta seja negativa, quero que saibas que sempre te vou amar. 

  Gostei muito da nossa juventude e queria poder voltar atrás no tempo, nem que fosse apenas um minuto! 

 Francisco A., Francisco G. , Hanna A., Henrique M. 

  13/2/2025 


                                                                                 13 de fevereiro de 2025, Lisboa

   Querido E.T.,

    Espero que a tua viagem esteja a correr bem.

   Estes dias têm sido muito difíceis sem ti para me animar, sinto saudades dos teus abraços e da tua presença. Não sei como é o amor no teu planeta, talvez tenha um significado diferente do meu, talvez o meu coração bata num ritmo estranho para ti, ou talvez as minhas palavras sejam um ruído para os teus ouvidos, mas na mesma continuo a amar-te. Espero que também sintas o mesmo amor profundo que eu sinto. Espero que também sintas, de alguma forma, a energia que me liga a ti.

    Um grande beijinho do teu amor. 

Maria V., Mariana N., Miriam S. e Matilde L.



                                                                   Quinta feira, dia 13 de fevereiro de 2025 


Meu amor:  

Venho-te dizer que tenho sentido uma grande paixão por ti. Desde que te conheço  que queria passar este dia dos namorados contigo.  

A minha paixão descontrola-se quando penso em ti e fico cada vez mais ansiosa por ver a tua cara. 

Sempre que te afastas eu sinto-me solitária. Sonho com o nosso reencontro e depois acordo com saudades. Não tenho mais coração para saudades, agora só tenho tempo para ti. 

Esta paixão não pode nem vai ser ignorada. Vou procurar-te pelo mundo inteiro. 

Para todo o lado que eu for contigo, não me vou embora sem ti. Nunca mais te abandono, nem te deixo ser ignorada. 

Amo-te muito e não quero perder-te na minha vida, porque tu és o ar que eu respiro, a luz do meu dia, o meu raio de sol favorito, a esperança que me faz acordar todos os dias. 

Amo-te muito, 


(Anónimos)



                                                                Lisboa, 13 de Fevereiro de 2025 

Cara paixão, 

 

O meu amor por ti não tem palavras; 

Encontrar algo para te descrever; 

É como andar por mil estradas. 

 

A tua beleza é como uma flor; 

Quando de vejo; 

Sinto amor. 

 

A tua personalidade é divina; 

És simpática, amorosa, que maravilha! 

 

Recuso-me a falar contigo apenas por carta; 

Quero encontrar-te; 

Talvez na quarta? 

  

Com amor e carinho,  

Inês P., José R.,  

Leonor C. e Lourenço S.



Meu amor, 

Daqui de longe, vim por este meio transmitir o amor que sinto por ti. 

Desde que nos conhecemos, sempre soube que não era só uma amizade, era muito mais do que isso. 

Daí em diante, a minha vida tem vindo a melhorar, contigo sempre ao meu lado, olhando em ti a beleza do mar.  

Os teus olhos azuis jamais conseguirão refletir tudo o que sinto por ti. 

Então só quero, onde quer que vás, guarda-me sempre bem junto a ti. 

O nosso amor é arte, não é só paixão, o meu amor por ti permanecerá sempre no meu coração. 

Só quero que saibas, que no último raiar do dia, o meu amor não se extinguirá. 

Com muito amor no meu coração despeço-me. 

 

Ass: Pilar C.; Rita S.; Rodrigo C.; Tiago R.; Vivente C.





A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares

 



quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Os filósofos e o Amor - Convite à leitura em fevereiro-março

Os Filósofos e o Amor:  Amar, de Sócrates a Simone de Beauvoir,                         

Aude LANCELIN e Marie LEMONIER,

 Lisboa, ed. Tinta da China, 2010

Este livro percorre toda a tradição ocidental, desde a Grécia Antiga aos Tempos Atuais, revisitando as principais fases e obras de grandes pensadores.

Toda a “ mitologia” divinizante do Amor tem a sua fonte na visão platónica. Quem já não ouviu falar do Amor Platónico? A literatura acaba por dar expressão ao Amor de forma sublimada, sobretudo a partir do Renascimento, sendo Camões um dos mais conhecidos expoentes na sua Lírica. A influência cultural e o papel civilizacional do Amor, entendido ora como paixão, mais ligada aos sentimentos exasperados de um corpo-alma possuída pelos desejos e pulsões, ora como uma forma elevada de alcançar a transcendência (como Platão o entendeu já no Banquete) são o testemunho de que o Amor abarca várias formas e não se esgota numa única fórmula.

 

O Amor, linguagem do coração, donde emergem os vários sentimentos, de que o maior expoente é a saudade - quem não se lembra das Cantigas de Amor e de Amigo de D. Dinis “ Que soidade de mia senhor/ quando me nembra dela qual a vi/ rogu´eu a Deus que mi a leixe veer”, na busca de encontro do Eu com o Outro, acabam por nos levar inevitavelmente para a questão da união profunda entre dois seres que o Amor permite.

A adoração do ser amado, expressa na poesia de Camões “ Transforma-se o amador na cousa amada/ por virtude do muito imaginar/ não tenho logo mais que desejar/ pois em mim tenho a parte desejada./ Se nela está minha alma transformada, que mais deseja o corpo alcançar?/ em si somente pode descansar/ pois consigo tal alma está liada…”

Quer se encare o Amor pelo ponto de vista físico e antropológico/psicológico ou metafísico tomando o Amor como a Alma do Universo que tudo rege (veja-se Empédocles como o seu archê, em que o Amor e o Ódio tudo dirigem no Cosmos), até às mais atuais formas de compaixão pelos seres vivos (os animais em particular) fizeram da Ecologia, sobretudo a deep Ecology (A. Naess), uma forma de expressar o amor à Natureza, com uma força metafísico-espiritual tão profunda como nos Gregos. O desejo de fusão com o Outro, com o Todo introduz o paradoxo da impossibilidade do Amor absoluto e ultrapassa todas as formas concretas da sua expressão. Tudo muda e flui permanentemente, mas o Fundo deve permanecer na sua essência, como a fonte que tudo une a que tudo retorna. Esta, uma das perspetivas que dão sentido às narrativas orientais onde a teoria dos Chakras e o Nirvana são concebidos como faces de um busca de equilíbrio pessoal e Cósmico.

Temos ainda o Amor na sua face trágica onde o sofrimento pela não correspondência, frustração ou perda e sofrimento associados, mostram que o Amor é uma força motriz pela qual se vive e se morre. Tal tragédia atinge o seu auge no amor romântico de “Romeu e Julieta” de Shakespeare. Na filosofia temos o exemplo paradigmático de S. Kierkegaard que motivou a orientação do seu pensamento filosófico para o estádio ético-religioso.

A partir do séc. XX o Amor adquiriu um lugar central na sociedade. Vários fatores contribuíram para uma disseminação e afirmação mais visível do Amor. A crítica à sociedade tradicional na sua cisão corpo-alma bem como a valorização da esfera pessoal de cada um, com o movimento hippie e o surgimento do rock como forma de expressão musical efusiva de emoções dos jovens e evasiva à autoridade religiosa e institucional, a influência das lutas feministas (onde Simone de Beauvoir tem lugar de destaque com a obra “ O Segundo Sexo”), o surgimento da Psicanálise com S. Freud e a assunção da sexualidade como dimensão essencial do ser humano, reprimida na tradição, os vários discursos quer ao nível literário (R. Barthes) e filosóficos (Sartre, Beauvoir, Heidegger, Arendt) permitiram essa emancipação e conduziram-nos a uma consciência das múltiplas formas de amor possível, fruto de um Projeto de Vida Boa e LIBERDADE.   

 

     Equipa da Biblioteca Escolar

       Professora de Filosofia

       Isabel Nunes de Sousa




A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Dia de S. Valentim sob inspiração camoniana

Na sexta-feira, dia 14 de fevereiro, celebra-se o Dia de S. Valentim, também conhecido como o Dia dos Namorados.  Recordemos  brevemente a origem desta celebração.

No século III d.C. o Imperador romano Cláudio II proibiu os casamentos, pois acreditava que os militares solteiros tinham melhor desempenho nas batalhas. Valentim, que era um bispo dessa época, não cumpriu esse decreto imperial, realizando os casamentos. Ao ser descoberto foi preso e condenado à morte, tendo sido executado no dia 14 de fevereiro, data que deu origem ao Dia dos Namorados. Na prisão, Valentim apaixonou-se pela filha do carcereiro que era cega e recuperou a visão ao visitá-lo. Valentim,  antes de morrer, ainda conseguiu enviar e receber algumas cartas da amada, o que originou a troca de cartões nessa altura.

A Biblioteca Escolar foi decorada relembrando esta data e inspirando-se igualmente na obra lírica de Camões, nomeadamente nas suas paixões por diferentes mulheres, ao longo da sua vida.

No dia 14 de fevereiro, várias turmas, no âmbito da disciplina de Filosofia e Português visitaram a exposição e  realizaram atividades de leitura e/ou escrita de mensagens sobre a temática em apreço.

Eis algumas imagens relativas a este evento:







Aqui fica um especial agradecimento à Equipa da Biblioteca Escolar que dinamizou esta atividade.

A Profª Bibliotecária: Ana Cristina Tavares








quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Cartas de amor com Camões - 3º ciclo

  No âmbito da comemoração do V Centenário do Nascimento de Camões e integrando a iniciativa da Rede de Bibliotecas Escolares denominada: "Camões, engenho e arte" realizaram-se mais atividades na Biblioteca Escolar. 

  Assim, na quinta-feira, dia 13 de fevereiro, realizou-se a atividade "Cartas de amor com Camões" com uma turma de 3º ciclo. A sessão foi realizada na Biblioteca Escolar,  tendo sido dinamizada pela docente de Português, Laura Oliveira e a professora bibliotecária. 

  Fez-se uma breve apresentação da vida e obra de Camões  a partir  do livro Luiz Vaz de Camões - um poeta genial, leu-se  e explorou-se brevemente  a temática do amor no soneto  "Amor é fogo que arde sem se ver".Os alunos,  em pequenos grupos, escreveram cartas de amor e SMS que foram afixados num placard. As cartas serão oportunamente publicadas neste Blogue. Esta atividade foi contextualizada, aproveitando igualmente a celebração do Dia de S. Valentim ou Dia dos Namorados.

  Aqui ficam imagens alusivas à Oficina de Escrita Criativa do 8º-2ª:









A Professora Bibliotecária: Ana Cristina Tavares