"Shuddering I shall cry:
what for and why
did my people die?"
(Itzhak Katzenelson- I Had a Dream) - (1)
what for and why
did my people die?"
(Itzhak Katzenelson- I Had a Dream) - (1)
É uma história amarga, a maior delas. É uma narrativa impossível de explicar, pois não há nela nenhuma racionalidade, apenas a emoção que uma selvajaria animal ainda se faz transportar dentro de algo humano, uma humanidade clonada de formas sem espírito. Passou-se ao som de criações elevadas da capacidade de sublimar a vida, a música, a arte e a literatura.
É uma história mil vezes repetida, mas nunca a percebemos verdadeiramente, nunca soubemos explicar porque a morte de milhões de pessoas pode ser uma alegria, uma sinfonia de vontades vitoriosas e na verdade nunca aprendemos do pouco que vemos, pois residem entre nós, nas coloridas televisões, nas radios de risos de plástico a construção por tózés do pensamento dizendo-nos que a memória é uma ocupação de falhados, não suporta o utiliatarismo que os novos iluminados habitam no conforto dos gadgets sem ideal humano.
Mas façamos um esforço, reconheçamos a esta meia dúzia de sonhadores o seu grito e o seu exemplo. O da palavra contra a violência, a explicação, o olhar que procura conhecer, o do testemunho para que se saiba se conheça, pela poesia, pela crónica, pelas imagens, pelas narrativas. E o seu grito final o de quem compreendeu que o impossível por ser humanamente inconcebível pode ser uma opção dos que vivem com os olhos na morte.
Após dois mil anos de sujeição, de incompreensão, alguns judeus perceberam que apenas lutando poderiam gritar o que sentiam, e tentar, apenas tentar mudar a sorte talhada nos campos de extermínio a que uma sociedade alemã, promessa de um desenvolvimento económico decidia encolher os ombros. Não dizia Heiddeger, o filósofo da emanência do ser que "as mãos de Hitler eram de uma beleza insuperável"?
Lembremos pois esses poucos, que nos mostraram no gueto de Varsóvia que a luta é a melhor forma de defender o que somos, e que embora divididos como o estavam em grupos e movimentos souberam lutar, heroicamente,na Passover, por uma dignidade contra os que apenas os queriam aniquilar.
Fazem hoje setenta e um anos sobre esse levantamento no gueto de Varsóvia e essa luta de grandeza pela dignidade humana. É possível conhecer esta luta e o que foi a vida no gueto de Varsóvia, naquilo que foi o trabalho desenvolvido pelo historiador Emmanuel Ringelblum e que permitirira mais tarde criar o Holocaust Research Project. Pela sua vertente pedagógica e informativa, também de grande relevo o United States Holocaust Memorial Museum.
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