Luís Sepúlveda é com Garrett o escritor do mês na Biblioteca. O escritor chileno tem feito da sua experiência de vida um conhecimento que o faz refletir sobre o mundo. Reflexão onde se deve destacar esse edifício que procura levantar em palavras e gestos um testemunho de solidariedade pelas vozes esquecidas das culturas e povos da América do Sul.
Luís Sepúlveda nasceu em 1949, em Ovalle, no Chile. De estudante do Maio chileno de 69, a companheiro e guarda pessoal de Salvador Allende, a guerrilheiro na Nicarágua, a preso político, a ativista da Amnistia Internacional, o escritor tem tido uma vida cheia de experiências, emoções e recordações. Memórias de um tempo histórico violento, mas rico em vivências. A sua obra é um testemunho de uma estética que procura na vida real construir uma ética sobre os valores humanos e sobre os sonhos de minorias.
Com ele descobrimos a tradição da oralidade, o valor das histórias contadas em múltiplas aldeias, uma respiração própria, na autenticidade que o centro globalizado muitas vezes desconhece e ignora. Com ele descemos aos povoados solitários da Patagónia, aos caminhos de vento, aos abetardos, ou às gaivotas de tom cinzento que se lançam nesse puro frio que já se anuncia nas proximidades do estreito de Magalhães.
Os seus livros são a tradução de um imaginário, de uma memória e de uma cidadania, em defesa dos mais fracos, dos ausentes; eles são a confirmação de que a literatura também é uma inspiração para a vida e com ela. Na próxima semana, deixaremos um boletim bibliográfico com destaque para as suas principais obras.
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