terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Todos Charlies - diferentes e iguais

O mundo acontece lá fora e aqui. Ainda bem! Há opiniões, há pensamentos, há ideias. Há letras e palavras que se cruzam em páginas do real, novas, atuais; memórias dos dias.


Todos Charlies diferentes
Todos Charlies iguais

As liberdades não são todas iguais, apesar de se aplicarem a todos da mesma forma.
A liberdade de fazer humor é diferente da liberdade de expressão e deve ser tratada como tal. Discutir política envolve respeitar os ideais do próximo, tal como discutir religião ou racismo. E devemos fazê-lo de forma séria. Mas isto não se aplica ao humor.
O humor não é sério no sentido habitual, mas deve ser intocável e, se me é permitido, sagrado. Não se deve discutir o ato de fazer humor pois isso viola o seu propósito puro e imaculado, tornando-o sujo, sisudo, amargo, tal como era o dever do bobo fazer humor com a família real, também era dever do rei não ficar ofendido com isso. A ofensa é o maior perigo do humor pois quem tem pouca inteligência não sabe estar ofendido. 
Saber ser ofendido pelo humor é saber fazer autocrítica. Tal como diz o comediante Louis CK: “ Se não chocarmos ninguém, não obrigamos ninguém a pensar.” Falhamos, portanto.
Por outro lado, será que o Charlie Hebdo violou o humor ao se caracterizar como publicação de esquerda? Talvez, mas isso não deve ser visto assim. Ser humorista é algo que deve estar à parte da orientação política. Independentemente da nossa personalidade, devemos saber fazer e respeitar o humor. O maior problema será mesmo a inexistência de Charlies de direita, muçulmanos, católicos, cientologistas… Podemos odiar-nos, mas temos de respeitar e praticar ao máximo a capacidade de fazer humor. Devemos ser todos Charlies, todos Charlies diferentes.

Tomás Melo Bento Quental Pereira, 11.º B

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