sábado, 21 de março de 2015

Dia Mundial da Poesia

Em todos os jardins hei-de florir,
Em todos beberei a lua cheia,
Quando enfim no meu fim eu possuir
Todas as praias onde o mar ondeia.

Um dia serei eu o mar e a areia,
A tudo quanto existe me hei-de unir,
E o meu sangue arrasta em cada veia
Esse abaraço que um dia se há-de abrir.

Então receberei no meu desejo
Todo o fogo que habita na floresta
Conhecido por mim como num beijo.

Então serei o ritmo das paisagens,
A secreta abundância dessa festa

Que eu via prometida nas imagens.


Sophia, "Em todos os jardins", in Poesia.

(A poesia que é sinónimo da sua palavra, Sophia e do seu perfume. As suas palavras dão-nos o encanto impressivo da claridade que tanto procuramos na compreensão do possível onde se fragmentam os nossos passos de sol nas ondas de azul, no verde das florestas. Nos lugares onde ambicionamos a substância de um encontro real, a voz dos nossos precários desejos. Sophia é, nunca é demais relembrar, nas suas palavras, a Poesia, pela sua mensagem de mistério e real, pelas possibilidades que nos deu de saber olhar e com ele construir a própria linguagem. Com ela habitamos, ainda que brevemente um reino, o seu.)

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