“Vai-te ao longo da costa discorrendo,
e outra terra acharás de mais verdade,
lá quase junto donde o Sol ardendo
iguala o dia e noite em quantidade.
Ali tua frota alegre recebendo,
Um Rei, com muitas obras de amizade,
Gasalhado seguro te daria
E, pera a Índia, certa e sábia guia.”
e outra terra acharás de mais verdade,
lá quase junto donde o Sol ardendo
iguala o dia e noite em quantidade.
Ali tua frota alegre recebendo,
Um Rei, com muitas obras de amizade,
Gasalhado seguro te daria
E, pera a Índia, certa e sábia guia.”
Assim falava o deus Mercúrio a Vasco da Gama, no Canto II dos Lusíadas, apontando para a ideia que hoje conhecemos de equinócio, ou quando o dia e a noite têm uma duração igual. Na verdade, o equinócio é esse instante em que o Sol, no seu movimento anual aparente, passa no equador celeste. Damos habitualmente o nome de equinócio, ao momento em que associamos a chegada da Primavera. Os astrónomos consideram que o equinócio da Primavera é o momento em que visto ou observado da Terra, o Sol cruza a linha do equador terrestre que se projeta na esfera celeste. No hemisfério norte este equinócio ocorre em Março e no Hemisfério Sul acontece em Setembro.
Não conhecendo o detalhe científico dado pela Astronomia, diferentes povos e culturas sempre celebraram a chegada da Primavera que representava o fim de um tempo difícil, cheio de privações, a longa noite, O Inverno. Várias culturas fizeram esta celebração do renascimento da vida, a que ficaram associados festividades de fertilidade e abundância.
A Páscoa e em concreto a simbologia dos ovos remete-nos também para os símbolos da fertilidade que em diferentes culturas de diversas latitudes sempre fizeram parte da sua forma de construir as suas cosmogonias,isto é a sua visão do mundo. A Primavera é pois um período de renovação, de afirmação da vida, para novas construções e vivências nos dias à frente. Uma das formas de o celebrar é com a Poesia.
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