quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

O estrangeiro - livro da semana


Título: O Estrangeiro
Autor: Albert Camus
Edição: ..ª
Páginas: ...
Editor: Livros do Brasil
ISBN: ...
CDU: 821.133.131"19".3-1"19"



Sinopse: O Estrangeiro, primeiro livro de Albert Camus ficou como a sua obra de referência e um dos livros marcantes para refletir sobre a sociedade contemporânea e em particular a do século XX. Publicado no tempo da 2ª guerra mundial daria a possibilidade de acesso ao Nobel da Literatura em 1957 a Albert Camus. Partindo do falecimento da mãe, situação que sempre na vida nos acaba por acontecer é gerada uma narrativa que levará  a personagem a contar-nos um conjunto de acontecimentos que o conduzirão a um processo de enfrentar a lei e a justiça. 

Narrado na primeira pessoa, vemos uma personagem de nome Meursault a contar a sua vida que se defronta com uma realidade sem sentido. A ideia de uma existência humana conduzida pelo absurdo, marcado pela ausência de uma demonstração afetiva de preocupação pelos outros conduziu a uma aproximação de Camus a Sartre. Todavia importa reconhecer que Camus não seguia as ideias do Existencialismo, mas procurava pensar o absurdo em que as vidas humanas se organizavam.

Colocado perante as questões do julgamento, Meursault não procura interpretar os seus atos, mas falar apenas o que pensa sem se preocupar com o resultado dessas afirmações. Os seus diálogos com o padre para uma procura de sentido moral são recusados e tudo configura  um não sentido da existência humana. Sem valores de referência Meursault dá-nos uma imagem de um niilista que é absorvido pela existência com profunda indiferença. A indiferença de Mersualt é a denúncia de quem não aceita os valores morais de uma sociedade. É no fim o abandono a que cada ser humano acaba por sentir perante regras morais que não compreendem essa verdade interior de cada um. 

Mersault é o protagonista, mas nós não sabemos se ele se afirma como um herói ou um anti-herói. As suas palavras não se albergam na razão ou num sentimento, apenas um sentido niilista de valor passivo. Na ausência de uma explicação existe apenas a descrição do que se vive, um desespero que procura encontrar uma verdade. E é essa procura pelo leitor, cujo significado não encontra que torna o livro tão fascinante. Numa paisagem quente, abrasiva de luz queremos compreender um estrangeiro e não conseguimos, queremos datar um processo de análise e não é possível, como não o é possível esquecê-lo. O Estrangeiro é em muitas configurações cada um de nós em trânsito num tempo absurdo de significado.

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