A
caricatura é uma forma de olhar a vida. Pode-se respirar e pensar que tudo é
grande e imenso, ou fingir que qualquer miniatura é uma forma de decência.
Podemos lutar por uma representação de direito natural, pensar que a nobreza de
carácter supera a elite de sonhos deformados, ou só olhar as gotas de chuva
como uma dádiva do universo.
A liberdade de ser, de definir no real, a
substância imprevista de amarmos a vida, de a inscrevermos numa ideia de
dignidade ou tão só circunscrever cada sonho, aos
seus passos perdidos. Entre o esquecimento, do cansaço e a orquestra política,
percebemos mal o movimento e a nossa oportunidade de inscrever a vida em algo
sublime. Tem sido esse a nossa maior pobreza.
Há
três anos Ricardo Araújo
Pereira escreveu, para os sábios oficiais, como a nossa paralisia é ainda uma
forma
de ser, como o país bloqueado é um testemunho de escolhas
insignificantes
para a consciência de ser livre. Vale a pena ouvir esta peça de
inteligência e
conhecimento sobre nós próprios. É dele que se pode partir para algo
mais
livre. Celebrar o 25 de Abril deve também servir para compreender o que
falta
num caminho muitas vezes feito de sombras. A ouvir, no link acima.
Imagem - Ainda
a matinal alegria da esperança: Copyright - Eduardo Gageiro
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