quarta-feira, 26 de abril de 2017

26 de Abril - a manhã seguinte


A caricatura é uma forma de olhar a vida. Pode-se respirar e pensar que tudo é grande e imenso, ou fingir que qualquer miniatura é uma forma de decência. Podemos lutar por uma representação de direito natural, pensar que a nobreza de carácter supera a elite de sonhos deformados, ou só olhar as gotas de chuva como uma dádiva do universo. 
A liberdade de ser, de definir no real, a substância imprevista de amarmos a vida, de a inscrevermos numa ideia de dignidade ou tão só circunscrever cada sonho, aos seus passos perdidos. Entre o esquecimento, do cansaço e a orquestra política, percebemos mal o movimento e a nossa oportunidade de inscrever a vida em algo sublime. Tem sido esse a nossa maior pobreza. 
Há três anos Ricardo Araújo Pereira escreveu, para os sábios oficiais, como a nossa paralisia é ainda uma forma de ser, como o país bloqueado é um testemunho de escolhas insignificantes para a consciência de ser livre. Vale a pena ouvir esta peça de inteligência e conhecimento sobre nós próprios. É dele que se pode partir para algo mais livre. Celebrar o 25 de Abril deve também servir para compreender o que falta num caminho muitas vezes feito de sombras. A ouvir, no link acima. 
Imagem - Ainda a matinal alegria da esperança: Copyright - Eduardo Gageiro

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