A Farsa em Teatro
No
dia 25 de janeiro, tivemos o prazer de visionar uma peça intitulada Farsa de Inês Pereira, escrita por Gil
Vicente em meados do séc. XVI, da qual tínhamos analisado grande parte em
contexto de sala de aula.
A
representação foi encenada por Maria do Céu Guerra e teve como atriz principal
Carolina Parreira, representando Inês Pereira, a moça “singela” e sonhadora.
Em
resumo, a obra relata-nos a história de uma rapariga que tinha o desejo de se
casar de modo a libertar-se das tarefas doméstica a que a sua mãe autoritária a
obrigava. Inês foi apresentada a dois
homens, rejeitando o primeiro pelo seu
estatuto social e por ser desajeitado (Pêro Marques) e aceitando casar com o
segundo pelo seu estatuto social e por ser “discreto”. Este casamento não
decorre como esperava, o primeiro morre, Inês fica viúva e reconsidera a sua primeira
opinião, casando agora com Pêro Marques. Gil Vicente cumpre assim o mote que lhe
foi dado- (“Mais vale asno que me leve, que cavalo que me derrube”).
Na
minha opinião, a peça que tivemos oportunidade de ver está extremamente bem
conseguida, apesar da inexperiência que alguns atores poderiam ter, tornando a
obra interessante, não só porque recorre ao cómico e à sátira contundente
(característica da Farsa) como também à interação público-ator, diversas vezes,
contribuindo para uma maior e melhor aprendizagem dos conhecimentos da obra.
Além disso, o facto do cenário ser sempre o mesmo reflete-se como um aspeto
negativo, podendo, no meu entender, ter sido mais elaborado. Por outro lado, o
jogo de luzes que marcava a passagem da noite para o dia foi brilhante e
surpreendente, pois através de um recurso tão simples conseguiram criar o
efeito pretendido.
Em
conclusão, o visionamento da peça foi, globalmente, enriquecedor e produtivo
para a aprendizagem, motivado pela capacidade de cativar a atenção revelada
pelos atores. Sinceramente, aconselho vivamente este espetáculo no Teatro “A
Barraca”.
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