segunda-feira, 3 de abril de 2017

A Farsa de Inês Pereira - (I)

A Escola foi ao teatro ver a Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente. O texto dramático apreciado ao vivo oferece espaço para outras leituras e opiniões...

Transbordando de interesse
Uma representação da grandíssima obra de Gil Vicente, a Farsa de Inês Pereira, poderia ser apenas mais uma daquelas a que assistimos por obrigação e que se dedica a ditar as magníficas palavras das diversas personagens, no entanto, a representação a que assisti em conjunto com os meus colegas no teatro “ A Barraca”, em Santos, preferiu, felizmente, transbordar a sala com gargalhadas de alunos difíceis de impressionar.
De facto, esta obra retrata a ambição de uma jovem solteira da classe média portuguesa do século XVI, é dividida em 10 quadros que se organizam, consoante o seu contexto, entre a exposição, o conflito e o desenlace. Na representação da mesma, encenada por Maria do Céu Guerra, também responsável pelo espaço cénico e pelos figurinos, com a colaboração de Ricardo Santos no som e de Paulo Vargues na Iluminação, destacam-se as personagens principais: Carolina Parreira com o papel de Inês pereira, ambiciosa e sonhadora que anseia pela liberdade, Sérgio Moras como Pero Marques, inocente, simples e ignorante, e Ruben Garcia que dá vida a Brás da Mata, ciumento e tirano.
O que muito me encantou nesta representação foi a facilidade com que os atores e todo o cenário captaram a atenção do público que, como já disse, consistia num grupo de alunos do 10º ano no qual muitos deles, certamente, não tinham qualquer interesse na peça que iria ser contemplada. Apreciei, por isso, o facto desta representação se ter tornado para todos, ou quase todos, um momento de riso, interesse e descontração. Para além disso, a vivacidade e realismo dos diversos atores despertaram em mim uma afinidade por esta obra. Por último, a mesma acabou por demonstrar, na minha opinião, variadas lições, que reforçam o facto de que nem tudo o que parece é e que por vezes o que achamos ser melhor revela-se como o pior.
Assim, aconselho vivamente a todos os que procuram um momento de aprendizagem, riso e descontração, a visualização desta peça que, com certeza, vos impressionará e cativará a vossa atenção.
Constança Frazão, Nº6, 10.ºC2


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