segunda-feira, 3 de abril de 2017

A Farsa de Inês Pereira (II)

A Escola foi ao teatro ver a Farsa de Inês Pereira de Gil Vicente. O texto dramático apreciado ao vivo oferece espaço para outras leituras e opiniões...

Apreciação crítica

“Rindo, corrigem-se os defeitos da sociedade”

No passado mês, o décimo ano deslocou-se ao teatro “A Barraca” onde assistiu a “A Farsa de Inês Pereira”.
Escrita por Gil Vicente no século XVI, e representada pela primeira vez em Tomar, é uma comédia de costumes que satiriza a sociedade quinhentista.
Este aspeto satírico está também presente em, por exemplo, o “Auto da Barca do Inferno” no qual, de forma humorística, Gil Vicente nos dá a conhecer o declínio de valores da época.
Tendo como mote “mais vale asno que me leve que cavalo que me derrube”, esta Farsa conta a história de uma jovem ambiciosa e sonhadora, no papel de Carolina Parreira, que pretende ascender socialmente através do casamento. É nesta escolha de pretendentes –entre o “asno” simplório e o “cavalo” galante que se centra a ação desta divertida peça.
Através das esfusiantes situações de conflito e de cómico, por exemplo, entre Inês e Pêro Marques, ficamos a conhecer cenas da vida daquela época, como a vida doméstica ou os casamentos combinados, algo tão diferente dos nossos dias.
Está particularmente bem conseguida a interação entre os atores e o público, que tem oportunidade de participar na ação.
Embora parcos, os cenários são eficazmente complementados por um interessante jogo de luzes, a cargo de Paulo Vargues, que nos indica, por exemplo, a transição das várias horas do dia.
Além de divertida, esta peça tem um grande valor educativo, pondo em prática o lema “rindo, corrigem-se os defeitos da sociedade”. O cómico é, efetivamente, uma das facetas mais cativantes desta obra, tornando-a acessível a todos os públicos.
É, portanto, um espetáculo original a não perder.

Madalena Videira, N.º16 10.ºC2

Sem comentários:

Enviar um comentário