– Não tenho pai, nem mãe, nem irmãos.
– Dos teus amigos?
– É uma expressão de que não sei o sentido.
– Da tua pátria?
– Não sei onde está situada.
– Da beleza?
– Amá-la-ia se a conhecesse, e a sua imortalidade.
– Do oiro?
– Odeio – o tanto como vós a Deus.
– Então que amas tu, singular estrangeiro?
– Amo as nuvens… as nuvens que passam… lá longe… as maravilhosas nuvens! (1)
(1) – Charles Baudelaire. (2007). “O estrangeiro”,
in O Spleen de Paris, pequenos poemas em prosa. Lisboa: Relógio d' Água.
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