sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Gandhi - a consciência da humanidade

«Sempre foi para mim um mistério o facto de os homens se sentirem honrados com a humilhação dos seus semelhantes.» (1)

A trinta de Janeiro de 1948, despedia-se deste mundo físico um homem de uma imensa grandeza, que com simplicidade, determinação e beleza soube congregar em si a dimensão única da consciência da Humanidade. Fez da verdade e da justiça a sua causa de vida, enfrentou o Império britânico com a força do espírito, com a sua satyagraha, onde juntou a sua preocupação com os outros à ideia de não-violência.

Albert Einstein, disse dele, em 1948, «gerações vindouras dificilmente acreditarão, que um homem destes, de carne e osso, tenha alguma vez andado por este Planeta». Relembramos, hoje, os sessenta e seis anos de uma memória excepcional, Mahtama Gandh e lembrar os esquecidos ideais humanos, na medida em que essa memória representa a consciência da própria humanidade.

Falamos aqui de uma figura intemporal que lutou com energia, abnegação e inteligência por um mundo mais justo e mais igual entre todos. Com consciência lutou pela verdade nas relações humanas, mostrou-nos que a força do espírito, alimentado pela razão pode vencer impérios e que não existem deuses acima da Verdade, considerada como valores universais.

Lutou pela independência da Índia através da desobediência civil, através de marchas cívicas de protesto ordeiro, aceitando o sofrimento para justificar uma causa nobre e defendendo a verdade, mesmo que representada num só homem. Defendeu o trabalho manual, a reposição da dignidade entre todos, a recuperação da auto-estima dos mais humildes na sua construção individual do futuro. Conduziu a sua vida na conquista de um sonho, o mais elevado. Iluminar a Humanidade para um caminho de paz e harmonia. Deixou-nos elevados valores ligados à liberdade individual, condições para afirmar a liberdade política, a justiça social e a tolerância.

 Criou um pensamento que assentava em dois princípios: a Satyagraha (a força da verdade e do amor) e o Ahimsa (a não-violência). Todos os movimentos que no século XX lutaram contra a opressão dos impérios coloniais, ou contra a violência ou o racismo inspiraram-se nele. Todos os homens que aspiraram no século XX a um mundo melhor, livre da injustiça social, da guerra e da ditadura individual foram procurar motivação nas suas palavras.

De Martin Luther King a Nelson Mandela e a Aung San Suu Kyi na Birmânia, todos compreenderam que a força do seu exemplo e a nobreza da sua causa permitiram fazer evoluir o Homem. Da guerra do Vietname à praça de Tianamen, o seu exemplo deu força à coragem de alguns para se construir uma Humanidade mais fraterna. Este homem, vítima da intolerância, no seu próprio tempo, com as questões relacionadas com a separação da Índia e do Paquistão, após a saída dos Ingleses, guardou para nós o melhor de uma consciência mundial, disponível a todos.

              (1) Mahatma Gandhi, 1893, durante os protestos na África do Sul

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