quinta-feira, 4 de junho de 2015

A praça da paz celestial


«Estamos longe de parecer seres humanos que somos incapazes de nos reconhecer uns nos outros. (...) Quando nenhuma consciência superior, cultural ou religiosa está lá para canalizar os instintos, não encontramos meios de nos defendermos, senão agredindo.» (1)

Os dias estão pesados de indiferença. A liberdade tornou-se um protocolo de circunstância exibido em palácios de papel. E o gesto antigo, a palavra maior perdeu significado. Muitas certezas em poucos corações destruíram a magia de conhecer e lutar pelo mais digno, a decência da condição humana. Passaram anos, muitos e esse grito e esse sorriso ainda aqui estão, por todos os que imaginaram na esperança, o voto maior. A construção de um poema chamado LIBERDADE. Foi um poema de coragem, de ingenuidade e de amor pelos outros, por nós. Juntou estudantes, intelectuais, trabalhadores diversos num ideal de uma sociedade mais livre, menos corrupta e igualmente mais desenvolvida. Ocorreu na China, na Praça Tian'anmen, em Pequim e conduziu a um massacre que é a única evidência que alguns «espíritos revolucionários» costumam saber reconhecer. É pela sua expressão uma das mais importantes datas do século XX pelo grito de determinação e de coragem que envolveu. É importante não esquecer a luta pela liberdade num País totalitário, onde a dignidade humana é irrelevante, mesmo hoje. É essencial ver nessas flores de laranjeiras destruídas, o amor maior, a respiração autêntica por algo universal, a fraternidade e a humanidade de cada rosto.
(1) Zhu Xiao-MeiO Rio e o Seu Segredo
(Imagens, in MagnumPhotos.com)

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