A Universidade Católica, no Porto, organiza entre 15 e 16 de março um colóquio internacional em homenagem ao escritor Raul Brandão. Dois mil se dezassete é o ano em que passam cento e cinquenta anos da publicação do livros "Húmus". Neste ano igualmente comemora-se o centenário do nascimento do escritor portuense. Este colóquio é organizado pela Cátedra Poesia e Transcendência e tem como ponto de partida, a apresentação do livro de Maria João Reynaud, "'Húmus', livro de um século". O colóquio reúne um conjunto de estudiosos que falarão sobre as temáticas sociais e culturais que a escrita de Raul Brandão contemplou.
Raul Brandão abordou na sua obra a questão da pobreza e a sua relação com as questões de sociedade. O autobiografismo e o confessionalismo são modos de representar uma época e nesse sentido, a sua obra apresenta-se como uma ferramenta de conhecimento de um determinado tempo histórico e espaço social. Os itinerários espirituais e a temática do mar, no sentido da construção do natural e do sentido humano da vida são temáticas presentes na sua obra, como por exemplo em, O diário de K. Maurício e em As ilhas desconhecidas.
Nas suas obras, O Palhaço e o Pobre e em Húmus a discussão da humanidade, do seu sentido face a Deus dão-nos formas de abordar as epifanias que uma religião criou e o modo como os homens a podem viver. Há em Raul Brandão uma evidente modernidade e a eclosão do 1º modernismo tirou-lhe alguma visibilidade. Hoje, é um autor ainda muito desconhecido e, sobretudo pouco divulgado. A vinte e quatro de março, a Quetzal lança as Memórias, que é um evidente exemplo da literatura de memórias. Em abril a editora Ponto de Fuga, editará O pobre de pedir, livro há muito tempo esgotado. No mês de maio será editado, A vida e o sonho - Inéditos, antologia e guia de leitura, onde se dá conta da componente literária e jornalística da sua obra.
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