Hoje é o Dia Mundial da Poesia. Na verdade, deveria ser esse um dia de todos os dias. Há
algum tempo Fernando Alves chamava a atenção para a necessidade de fazer baixar
a poesia às coisas-mesmas para tocar no mundo.
A urgência de fazer poisar a
poesia no real, nas pessoas, na nossa vida, no quotidiano é-nos dita de forma
sublime por Drummond, “temos apenas duas mãos e o sentimento do mundo”. Seja
pois com as mãos que inventemos novas formas de ver o real, ou os modos de
enfrentar a máquina do mundo, sobretudo quando "são de novo tristes as
cidades sob a chuva" (Fernando Alves).
Há algum tempo José Luís Peixoto afirmava que
"a poesia é uma torre sobre a vida e sobre a morte". O poema é como
navegar num mundo onde sem luz e sem corpo se encontra o que queremos fazer
nessa viagem com os outros, o sorriso possível, o milagre de existir. A poesia
é a forma de nomear aquilo que vemos e o modo como o compreendemos. A poesia é
a narrativa da nossa essência, a beleza, a vida, o milagre entre momentos
intermitentes de eternidade.
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