quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A vida humana (II)

"Alepo
sei o que fazer,
sei o que dizer,
não tenho casa
ferido e com medo
não durmo há algum tempo
debaixo de fogo
sem abrigo
cada minuto parece a morte

- quero viver!

a neve cai
estou doente
não tenho água limpa
não tenho remédios
vai piorando
a cada hora que passa
vai matando
mais depressa do que uma do que uma bomba
Alepo, Alepo
cada minuto parece a morte

- quero viver, não quero morrer!

procuro abrigo entre os escombros


sombras trazem
feridos em ombros
e de repente
estala uma AK
vomita cápsulas enquanto mata
- quero viver, não quero morrer!


Alepo, Alepo
quando é que acaba a matança
Alepo, Alepo
decapitaram até esperança
Alepo, Alepo
diz-me tu se fores capaz
Alepo, Alepo
como se canta pela paz."

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