"Democracia com fome, sem educação e saúde para a maioria, é uma concha vazia." (Nelson Mandela)
As possibilidades ao nosso dispor são imensas. Temos as ferramentas para um mundo partilhado, em que os seres humanos tenham a possibilidade de se construírem com a decência, a dignidade e o valor humano essencial à sua dimensão. Temos os recursos, aparentemente a inteligência, mas domina-nos uma arrogância pré-histórica, uma ganância sem valores.
E neste caminho de possibilidades, que Mandela tanto falou que olhamos para estes dias e vemos realidades quotidianas que dispensam palavras pelo esmagamento a que seres humanos estão condicionados. Pelas oportunidades, pela educação, por aquilo que envolve as opções das sociedades. E há o cansaço de vermos cada vez mais pessoas nas sombras, onde o contributo deles e a consciência se destroem, sem que esse direito mínimo seja garantido.
E na confirmação desta ausência de responsabilidade ética que se desenham nos rostos das políticas, sente-se uma fatalidade nestes milhões de pobres, nesta abordagem burocrática de sociedade, de caminho sem discussão. Os pobres são o sinal mais evidente do falhanço de uma comunidade. É preciso lutar contra esta marginalidade humana, que doutas personagens ignoram, neste assombro pelo lucro fácil, com que as sociedades se eternizam, onde o rosto é uma forma dispensável de existência. Pedro Abrunhosa disse o essencial, para que essa forma de indignidade se reduza sucessivamente e possam surgir dias realmente de mais significado para mais pessoas.
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