A palavra, a fábula, o mundo
Escrevo para entrever o que seria o mundo
liberto de si mesmo e sem imaginar
pouso no limite entre a luz e a sombra
para me oferecer à nudez de um começo
Há palavras que esperam na sombra contra o muro
para serem a felicidade de uma folha aberta
sem mais sentido que o perpassar da brisa
mas que abrem o mundo e de doçura tremem
Não é preciso polir a madeira das palavras
ou talhá-las como se fossem seixos
Há um lugar para elas no branco e não numa alfombra de
ouro
e quanto mais frágeis mais frescura exalam
porque elas são a fábula do mundo quando a água o embala.
liberto de si mesmo e sem imaginar
pouso no limite entre a luz e a sombra
para me oferecer à nudez de um começo
Há palavras que esperam na sombra contra o muro
para serem a felicidade de uma folha aberta
sem mais sentido que o perpassar da brisa
mas que abrem o mundo e de doçura tremem
Não é preciso polir a madeira das palavras
ou talhá-las como se fossem seixos
Há um lugar para elas no branco e não numa alfombra de
ouro
e quanto mais frágeis mais frescura exalam
porque elas são a fábula do mundo quando a água o embala.
António Ramos Rosa. (2001). Antologia Poética. Alfragide: D. Quixote.
Imagem, lleana Bosogea-Tudor (Via http://1x.com/)
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