A vida de Mozart foi também uma viagem que ele retratou em palavras e sons. Foi igualmente uma viagem feita de um génio humano, de determinação, vontade, mas
sempre preenchida pela consciência da sua voz. As suas cartas é o livro em destaque nestes últimos apontamentos de #A palavra e o mundo.
"Ainda estou
vivo, e muito bem disposto (...) temos a honra de conviver com um certo
dominicano, que é considerado santo. Eu não acredito (...)" - 21 de Agosto de 1770
"(...) no
aposento do imperador se toca música que afugenta os cães." - 13 de Novembro de 1777
"(...) outros,
que de mim não sabem nada, observam-me com olhos grandes, igualmente risíveis.
Pensam que, por eu ser pequeno e jovem, não poderá haver em mim nada de grande
e adulto (...) - 31 de Outubro de
1777
"Dêem-me o
melhor piano da Europa, mas com uma audiência que nada percebe, ou que nada
quer perceber, e que não sente comigo aquilo que toco, e perderei todo o prazer
(...) Pois também aqui tenho os meus inimigos, mas onde é que os não tive? No
fim de conta, é sempre um bom sinal (...) Se houvesse aqui um sitio onde as pessoas tivessem ouvidos, um coração para sentir e percebessem apenas um pouco de musique, e tivessem gusto, então rir-me-ia destas coisas de todo o coração, mas assim encontro-me entre meros brutos e bestas (no que diz respeito à música)" - Paris, 1 de
Maio de 1778
"(...) vejo
por aqui tantos medíocres que fazem carreira, e eu com o meu talento não
deveria ser capaz? - 31 de Julho de
1778
"(...)
infelizmente acredita mais no falatório e rabiscos de outras pessoas que em mim
(...) permanecerei o mesmo homem honrado de sempre (...) [falando do pai e da incapacidade deste em compreender o sentido de liberdade e consciência]" - 5 de Setembro de 1781
"(...) a minha honra está para mim (...) acima de tudo. - 19 de Maio de 1781
Wolfgang
Amadeus Mozart. (2006). Mozart - Uma vida secreta - Seleção Epistolar. Lisboa: Cavalo de ferro.
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