sexta-feira, 5 de maio de 2017

Filmes do mês - Ciclos de Cinema - Mizoguchi (I)

Nos destaques de cinema, abril iniciou um acontecimento de grande significado na Sétima Arte. A Medeia Filmes, no Espaço do Monumental passou um ciclo de cinema do japonês Kenji Mizoguchi, que durante o mês de maio de repetirá no Espaço Nimas (Lisboa) e no Campo Alegre (Porto). Kenzi Mizoguchi é com Yasujiro Ozu e Akira Kurosawa o trio essencial do cinema japonês do século XX.

O primeiro filme do alinhamento do ciclo chama-se Contos da Lua Vaga. Filme de 1953 que teve no Festival de Veneza o Leão de Prata e recebeu o Prémio Pasinetti. Teve ainda nos Óscars a nomeação para melhor guarda-Roupa. 

Ficha Técnica:
  • Realização - Kenji Mizoguchi;
  • Argumento - Yoda Yoshikata;
  • Fotofrafia - Kazuo Miyagawa;
  • Montagem - Mitsuzô Miyata;
  • Produção - Masaichi Nagata;
  • Actores principais - Masayuki Mori, Kinuyo Tanaka, Machiko Kyo, Mitsuko Mito.
Sinopse: O Filme retrata uma história de fantasmas que reúne contos de Akinari Ueda e Guy de Maupassant fala-nos de um modo assombroso sobre o amor e a perda, aquilo que no real vemos e compreendemos e tudo o que na vida nos transcende.

Tobei - "Se não sonar alto, como um homem pode crescer na vida? A ambição deve ser ilimitada como o oceano. Juro pelo deus da guerra que estou cansado de ser pobre."

Genjuro - "Dinheiro é tudo. Sem ele a vida é dura e toda a esperança perece. Ganharei cada vez mais. Vou tentar fazer cada vez mais cerâmicas. O máximo que puder."

Líder da aldeia - "Eles são ambiciosos demais. Lucro fácil ganho em tempos caóticos nunca dura. Um pouco de dinheiro inflama a cobiça dos homens."

Miyagi - "Não é o quimono. É a sua generosidade que me faz feliz. Desde que você esteja comigo, não quero mais nada da vida."

Nos filmes de Mizoguchi há uma abordagem temática que é comum, o universo feminino e a sociedade feudal do Japão. Em Contos da Lua Vaga a história narra a vida de dois irmãos que estão dominados por uma intensa ambição. Esta cede a todo um conjunto de situações pondo em risco a família, de modo a atingir os seus objectivos. O filme surge-nos como uma fábula, onde encontramos a ambição extrema de dois homens e a coragem de duas mulheres, que procuram mostrar-lhes o essencial, que a riqueza não é tudo. 

O cinema de Mizoguchi só foi descoberto nos anos cinquenta no Ocidente, embora ele já trabalhasse desde os anos vinte. Contos da Lua Vaga é uma das suas obras-primas.

Autor do texto: - Profº Bibliotecário - Luís Campos -

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